terça-feira, 26 de novembro de 2013


“A porta para a felicidade se abre por dentro”. Ouvi essa frase no início da faculdade, vinda de uma das pessoas que se tornou meu maior alicerce na vida acadêmica, sentença tão singela e ao mesmo tempo detentora de uma sabedoria tamanha que passei a usá-la como sinalizador nas diversas encruzilhadas da vida. 
Sim, uma porta imponente, com detalhes minuciosos,  construída em carvalho puro, maçanetas decoradas e fechaduras douradas.
Só que essa porta se abre por dentro. Sim, lá no coração.
Os outros podem indicar caminhos, construir chaves, desvendar senhas, mas apenas você mesmo será capaz de destravar a fechadura e abri-la. Porque você detém o poder sobre sua vida e suas escolhas. É você quem decide ir ou ficar, tentar ou desistir. É você que opta por quais estradas seguirá, e a forma como as pedras do caminho irão calejar seus pés. É você quem decide as pessoas que permanecerão na sua vida. Claro que não escolhe a intensidade dos sentimentos que nutrirá por elas, tampouco se lhe magoarão... Mas pode escolher o tanto que isso afetará seus dias e machucará seu coração.
Não espere que o outro, num gesto de cavalheirismo típico dos sonhos românticos, abra a porta para você. Não nutra esperanças de que os outros serão capazes de, algum dia, escancarar a entrada e deixar o caminho livre para que você alcance o outro lado. Só você pode fazer isso. A porta abre por dentro, e apenas você conhece seu coração, sabe das dores que ele guarda, das feridas não cicatrizadas, das alegrias vividas e os sonhos a realizar.
Abra a porta. Se ele estiver trancada arrume um jeito de construir uma chave. Se nada der certo, pule a janela mais próxima. Só não espere que a vida passe e você permaneça aí sentado, aguardando  que os outros sejam felizes por ti.

Sorria para o mundo que ele com certeza encontrará uma forma de sorrir para você.


terça-feira, 19 de novembro de 2013

Olhar e ver.


É fato comum em nossa vida: olhar sem ver.
Olhar para o mendigo na rua, e não ver a situação de miséria e privações que ele vive. Olhar para o céu, e não ver o desenho das nuvens, a escuridão da tempestade que se aproxima, o arco-íris que se formou depois da chuva. Olhar para um amigo e não ver a tristeza em seus olhos, a necessidade de um abraço apertado, de um colo disposto, um sorriso cúmplice.
Enquanto os dias correm no vai-e-vem de vidas cada vez mais cheias de vazio, mais aprendemos a fortalecer a viseira que criamos para nos exilar da realidade. Criamos máscaras que camuflam nosso real estado de espírito, escondemos as falhas e imprecisões sob camadas de maquiagem, ocultamos tudo debaixo de óculos escuros e batom vermelho. E conforme o tempo passa vamos nos esquecendo de ver nossa imagem no espelho. A face nu, sem máscaras, sem camuflagens, sem base e corretivo. Olhar e ver... perceber as rugas que se formam e que trazem consigo experiência e maturidade. Examinar as cicatrizes que são extremamente bem-vindas, porque fazem com que tenhamos certeza de que o que vivemos foi real. Os traços, os riscos, as marcas... cada um representando uma decepção, uma rasteira, uma queda, e por meio deles, o aprendizado essencial para compor a versão atualizada de nós mesmos. Olhar para o sorriso enfático em nosso rosto e ver o quanto tivemos de lutar para mantê-lo, para não permitir que murchasse diante da rotina diária: o mais do mesmo cotidiano que por muitos momentos toma conta da nossa vida. 
Contudo, o mais importante é observar os olhos. Sim, sempre disse que o que mais me encanta são os olhos. Aqueles que mesmo olhando sem ver, arquivam toda a memória de cenas que já vivenciamos, que materializam na mente as recordações mais doces que formam os capítulos de nossa existência. É neles que reside a cor de nossa esperança. E mais: o brilho fruto do amadurecimento obtido a duras penas. Ali moram lembranças e saudades... são eles que abrigam aquela lágrima que seguramos num momento de dor. Foi a partir deles que deixamos escorrer aquele pranto de emoção e alegria nas conquistas, ou de lamento e tristeza nas decepções e perdas. 
Olhar no espelho e ver o que a vida fez conosco nem sempre é atitude fácil. Requer coragem, principalmente, e coração aberto para ver o quanto tivemos que mudar para permanecer sendo quem somos. O quanto foi preciso nos refazer, recriar, reinventar em cada novo obstáculo, a cada vez que as portas se fechavam e precisávamos abrir janelas, escalar telhados, invadir chaminés... 
É difícil mas necessário, "além do que é sabido, além do que é sentido: ver além da máscara". 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Saudades...


Hoje me peguei revirando algumas gavetas de meu passado. Alguns baús, tão bem lacrados, que guardam histórias, momentos e lembranças maiores que eu mesma. Entre bilhetes e fotografias encontrei uma parte de mim, um pedaço tão meu que parece blasfêmia compartilhar. Mas em momentos como esse, nos quais minha vontade é gritar ao mundo o quanto sinto falta de alguns amores e amigos... me resta escrever, e nessa página em branco traduzir aquilo que nem meu coração é capaz de entender.
Encontrei tantas recordações... tantas verdades escondidas por debaixo de quilos de pó e decepções. Tantas certezas que um dia compuseram meu todo, e que hoje não passam de meras e vagas lembranças. Desenterrei afetos e mágoas. Descobri nós e laços. E pouco a pouco fui percebendo o que passou, o que foi sendo soterrado por meio da rotina, do dia-a-dia, do cotidiano de problemas, desafios, contas a pagar, cargos a ocupar, trabalhos a fazer. E mais importante: aquilo que foi sendo apagado devido à forma catastrófica e cruel com que nos machucou. Pessoas que deixaram feridas abertas, que custam a cicatrizar. Outras que criaram fissuras impossíveis de se preencher. Tantos indo e vindo. Um vaivém desconexo, confuso e avassalador. 
Descobri nos armários mais escondidos de minha alma, aquelas prateleiras mágicas montadas em nosso coração. Nas quais, indiscretamente, fomos criando prioridades, trejeitos e insubstituições. Fomos nos moldando à vida que julgamos ter. E sobremaneira, fomos construindo aquilo que acreditamos ser nossa essência, até que o mundo não nos chacoalhasse e fizesse cair por terra todas as verdades.
Sim, sei que tudo isso parece um amontoado de verbos, substantivos, e divagações. Mera gramática, simples literatura, efêmera redação. Nada além de um texto barato, que será publicado em um local qualquer e que nada representará diante da complexidade da vida. Mas ainda assim, era necessário que aqui eu registrasse: ah como me fazem falta. 
Os amores e amigos. As horas de alucinação. As rodas de conversa, bebida e violão. Os e-mails trocados. Os abraços apertados. Os momentos divididos. Os porres curados. As partidas de truco vencidas (ou perdidas). As músicas ouvidas em sintonia. As danças desensaiadas. As lágrimas enxugadas. Os colos dispostos. As semelhanças identificadas. As controvérsias escrachadas. A irritação proposital. As brigas irreconciliáveis (que não duravam mais que dez minutos). A vida compartilhada. 
Permanecem no livro que forma minha existência. Compõe capítulo especial, repleto de metáforas, hipérboles, sinestesias, antíteses e eufemismos. Tão complexo e ao mesmo tempo: essencial para todo o sempre!


quarta-feira, 11 de setembro de 2013


Sempre gostei de ler. Desde que fui capaz, pela primeira vez, de decifrar os verdadeiros hieróglifos que nós, seres humanos criamos, em forma de letras, e que as crianças precisam passar a entender para ingressar no mundo "adulto", fui tomada por um encantamento ilimitado pelo mundo das palavras escritas. Até hoje acredito que não há no universo aroma melhor do que o de um livro... aquelas páginas novas ou amareladas... aquela historia ali, impressa, exposta, que carrega consigo diversas interpretações, entendimentos, que variam de acordo com a maneira com a qual cada um é tocado por aqueles parágrafos.
Mas não estou aqui para falar sobre minha paixão pela leitura, e sim por um fato ao qual me detive e que me chamou atenção...
Parei para pensar... há algum tempo costumava ler a última página de todos os livros que começava, no intuito de antecipar o final da historia, saber como aquilo terminaria. Hoje me surpreendo ao ver que isso não é mais mania, e percebo que este fato diz muito a meu respeito, fala muito sobre o que sou hoje, e as mudanças pelas quais passei.
Não tenho mais necessidade de espiar o futuro, prever o amanhã, saber quais rumos minha vida terá daqui a algum tempo. Contento-me em ler cada página, viver cada dia, saboreando cada partezinha, cada linha, deixando que a emoção tome conta de mim, me liberte, me encante. Do que adianta querer dominar o futuro, posto que nem ao menos sabemos se acordaremos amanhã? Vamos viver nossos sonhos, temos tão pouco tempo. 

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Me deixa.




Olha só, é pra ser sincera? Então vá lá: não me prenda, não me corte, não me limite, não me pode. Não me minimize, não me rebaixe e não me subestime. Me deixe livre. LIVRE. Sabe o que isso significa? Que eu sou maior de idade, vacinada, bem informada e autossuficiente (no que diz respeito a compreender o que é melhor pra mim ao menos). Eu sei exatamente onde posso pisar, com quem posso contar e como devo equilibrar o peso durante a caminhada. Eu tenho capacidade de avaliar todos os prós e os contras, os empecilhos e as vantagens, os prejuízos e os ganhos. Tenho sim. Pode confiar em mim. Portanto, se quer me ter é simples: me deixa. Não é contraditório, nem mesmo paradoxal. Me deixa. Me deixa guiar meus passos, escolher meus caminhos, pegar estradas imprevistas, tomar rumos não planejados. Me permita ser tudo aquilo que sei que posso, que consigo, que devo. Quanto mais você me largar, mais você me levará pra perto, porque eu sou assim: só funciono no modo "solta", e se você não gosta, infelizmente, não posso fazer nada a respeito. Nasci para cumprir o meu caminho, e isso nada tem a ver com as expectativas que você cria sobre mim. Então me deixa, com minha cerveja, meu decote e meu sorriso torto. Eu sou feliz assim. Pode acreditar que sou.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Cada um dá o que tem.


Cada um dá o que tem. Essa frase definitivamente tem resumido meus dias. Preciso deixar um pouco de lado meu pragmatismo ortodoxo para afirmar isso, visto que sei bem que o que cada um tem é expressamente limitado pelas relações capitalistas aos quais somos submetidos. Mas não é disso que estou falando. Falo de relações afetivas, de laços formados por sentimentos que extrapolam a racionalidade.
Sim, cada um dá simplesmente aquilo que tem a oferecer.
Você pode vestir máscaras, inventar papéis, montar personagens. Pode criar uma peça de teatro e tentar moldá-la a sua vida. Pode enganar na voz, no tom, na cor... Pode mentir na poesia, na letra, na canção.
Mas quando sua alma tiver que tocar outra alma... tenha certeza: você só será capaz de dar aquilo que seu coração possuir. Não pense que uma farsa se mantem eternamente. Com o tempo as fantasias caem por terra, as máscaras se dissolvem, os papéis se dissipam e você fica nu diante de tudo.
As coisas são assim, acostume-se.
Não adianta você lutar, esbravejar, brigar, espernear. Não serás capaz de colocar no outro aquilo que gostarias que ele tivesse. Tampouco conseguirás fazer com que ele te dê aquilo que ele nem ao menos tem.
Mas não julgue. Assegure-se que seu coração seja morada de bons sentimentos, e isso fará com que você tenha condições de compreender aquele que te trata com mediocridade e ignorância. Entenda: ele está lhe oferecendo tudo que possui. Não adianta esquentar a cabeça com essa gente barata, que trata todos como se fossem mercadorias ou brinquedos. Não adianta se ofender. Eles nem se importarão com sua tristeza.
Porém, lembre-se que muitas vezes nós somos os culpados por depositar esperança demais no outro. Saiba que nós também oferecemos tudo aquilo que dispomos... e muitas vezes esse tudo é tão limitado, tão pouco.
Não apresse os passos do outro, não aligeire sua caminhada, não o faça correr mais do que está preparado. Tenha calma. Ele está lhe entregando tudo o que tem agora... e muitas vezes esse tudo é composto por urgências e carências que você é incapaz de perceber.
As vezes por detrás de um talvez, reside o sim mais sincero, que não é traduzido em palavras.
A partir do momento em que aprendermos a viver nossos dias a partir de nós mesmos, estaremos prontos para olhar para o outro com os olhos dele. Só assim entenderemos que quando nada dá certo, é porque realmente não é para dar. É porque algo ali no horizonte está a nossa espreita. Aquilo que condiz com o que oferecemos durante toda nossa vida.


quarta-feira, 24 de julho de 2013

Agradecimentos...


Neste tempo estranho, em que a alegria da conquista se confunde com a tristeza do fim é inevitável que um filme passe em tela grande e colorida em minha mente. Um filme formado pelas milhares de cenas que compuseram minha trajetória até aqui. Cenas difíceis, de angustia, dúvidas e desânimo, bem como de alegria, vitórias, conquistas e aprendizagem. Um filme que traz consigo diversos atores, protagonistas nesta caminhada, aos quais é necessário agradecer. Agradecer acima de tudo por terem sido os maiores responsáveis por esta vitória por meio da amizade, carinho, confiança e conhecimento a mim oferecidos.
Primeiramente agradeço pela vida, pela inteligência, pela minha doce e terrível teimosia, e pela oportunidade de estar aqui. A essa força que guia a vida no universo, e que costumamos chamar de “Deus”, que fez-se minha força nos momentos de quase desistência, foi meu alento, minha esperança, meu consolo e minha fé.
Dedico esta conquista aos meus pais, os maiores responsáveis por eu ter chego até aqui. Onezimo e Maristela, a vocês todo meu agradecimento e meu amor. Aqueles que foram minha voz quando eu ainda não sabia falar, que foram minhas pernas quando eu ainda não podia caminhar, que foram o alento das noites de choro e de dor da infância, que perderam tanto sono para curar minhas febres e dores de ouvido, que foram e são o colo mais disposto, mais singelo e que se torna o mais importante quando o mundo parece ruir debaixo dos meus pés... Aqueles que passaram por tantas dificuldades para criar a mim e a minha irmã, que enxugaram minhas lágrimas e cuidaram de meus joelhos machucados, que ouviram quando disse minha primeira palavra, me carregaram pela mão para me deixar dar o primeiro passo, que estavam lá quando li a primeira frase... Aqueles que aguentaram minhas travessuras, meu gênio, minha teimosia, meus erros e às vezes que sem querer eu os fazia chorar. Aqueles que passaram fome para dar de comer pra gente, que trabalharam dia e noite incansavelmente para que pudéssemos ter o que vestir, que acabaram com sua saúde para juntar dinheiro para que eu pudesse estudar. Só tenho a agradecer... pelos ensinamentos, os conselhos, as lições de vida que carrego cotidianamente e que ainda são meu guia, minha luz. EU AMO VOCÊS!
À minha irmã Andreia, pelo carinho e pela confiança.
A João Vítor e Samuel, meus queridos afilhados, pelos sorrisos, pelo carinho e por tornarem-se a força necessária para prosseguir.
A todas as colegas do curso de Serviço Social, pelas trocas, discussões, debates acalorados, controvérsias e brigas. Todas foram importantes nessa caminhada. Ao fundão, terror dos professores... nove mulheres guerreiras que deixaram um pouco de si nesta conquista e serão lembradas para sempre com muito carinho.
Em especial à Eliza Favaretto Villani, aquela que foi meu alicerce, minha base, o abraço sempre disposto, o sorriso puro e sincero, o colo sempre pronto, a parceria para todas as aventuras, aquela que fazia com que até as lágrimas caíssem doces. Sem dúvidas, se cheguei até aqui foi porque tu foste a coragem nos momentos em que a vontade de desistir era maior que eu mesma.
À Daiane, primeira e eterna melhor amiga, que entendeu minhas mudanças e permaneceu ao meu lado, segurando minha mão na escuridão até que meus olhos estivessem prontos para encarar os raios de sol novamente.
À Regiane, por entender minhas ausências, respeitar meus silêncios, compreender meu stress contínuo, aceitar minha teimosia irritante, aturar meu gênio impossível, brigar em minha defesa, e acima de tudo, por ser a única e eterna exceção.
Aos colegas do Movimento Estudantil, por me permitirem quebrar preconceitos, ampliar meu olhar para o todo que compõe as complexas relações sociais nas quais nos inserimos.
A todas as professoras do curso de Serviço Social, em especial à professora Adriana De Toni. Admito que sou uma pessoa extremamente difícil de se lidar e sei também que foram muitos os nossos problemas de relacionamento ao longo do curso. Porém, quero que fique claro aqui o imenso respeito e a profunda admiração que tenho por ti Professora. Contigo aprendi muito mais que conteúdos referentes à gestão, ao planejamento, à responsabilidade social (que me soa até mais simpática hoje em dia rsrs), aprendi a derrubar minha resistência quanto a pessoas, temas, assuntos e intervenções.
À minha orientadora Deborah Cristina Amorim, por compreender minhas pausas, meus recuos e minhas indecisões. O aprendizado que tive contigo compõe uma bagagem muito importante, que sem dúvidas levarei por toda a vida. Não se trata apenas do conhecimento a respeito do Serviço Social. Contigo aprendi a ser uma pessoa bem melhor, mais responsável, mais adulta talvez.
Às minhas orientadoras de estágio Ivonete e Dirlei, imprescindíveis em minha formação. Em especial à Ana Soraia, pelas trocas tão ricas nestes últimos quase dois anos. Pela parceria, pela preocupação, pelo aprendizado cotidiano. Sentirei sua falta.
À Doutora Vânia M. C. Piazza, Promotora da Infância e da Juventude da Comarca de Chapecó, por ter aceito prontamente o convite para fazer parte desta banca examinadora.
A três pessoas que dividiram mais que uma casa comigo (o tal AP 102), dividiram suas vidas, seus sonhos, suas vitórias e derrotas. Das sextas-feiras de truco aos domingos de leituras e produções acadêmicas. Aquelas que nos momentos em que tudo estava difícil, eram capazes de, com um abraço,
minimizar qualquer dor. O destino preferiu nos separar, mas sem dúvidas, as lembranças do tempo que compartilhamos compõem algumas das memórias mais doces da minha existência.
A uma “excêntrica família”, que formamos na tão contraditória vida acadêmica. Muitos foram e outros chegaram, num vai e vem de vidas entrelaçadas por meio do amor e da cumplicidade. Tantas noites nas mesinhas da Unochapecó ou do Ems². Tantos encontros e desencontros, e uma certeza: cada um de vocês está por aí, em alguma das páginas que se seguem. Vocês imprimiram em minha alma traços que o tempo jamais será capaz de apagar. Com vocês aprendi muito, superei limites, encontrei o mais sincero significado da palavra amizade. Amarei-os para sempre, obrigado por terem me dado a oportunidade de ser sua “mãe”.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Vivendo de "hojes"...


Sim, admito, sou ré, e culpada. As teias de aranha já estão criando mofo nas páginas deste blog. Entretanto, peço que me perdoem. Foram boas causas que me mantiveram um pouco afastada. 
Mas aqui estou, com uma necessidade angustiante de escrever, de jogar nesta "folha" em branco todas as coisas que tenho silenciado em minha boca, pelo simples fato de eu ter aprendido a calar. 
Calar... sim. 
Sabe aquele momento em que alguém te diz ou faz algo mortal, tão doloroso e cruel, que faz sua espinha doer, teu cérebro martelar e teu coração encolher? Sabe? Pois então, eu também sei. 
É a hora em que você decide dizer tudo o que pensa, toda aquela avalanche de opiniões que guardou, toda aquela imensidão de sentimentos reprimidos, todas as palavras ferozes, todo o esbravejamento necessário, preso na garganta, na voz, na emoção.
Sim, é o instante em que podemos nos libertar da agonia, fruto do que é mantido preso, que satura, perturba, transborda em descontentamento. Mas não é isso que a gente faz. E sabe por quê? Porque aprendemos a não fazer absolutamente NADA. Com o tempo, e só com ele (o tal sábio do qual tanto falo) é que aprendemos a recuar, suprimir, silenciar. A deixar toda aquele carregamento de emoções e sentimentos não falar mais alto que nós mesmos. Passamos a ser racionais. Ah, a tal racionalidade, que eu tanto temia. Sim, porque nunca admiti deixar que a razão gritasse mais que meu coração. Mas tenho que admitir: isso é extremamente necessário. 
A gente precisa aprender a se afastar de situações, lugares, pessoas que não nos acrescentam, não agregam, não fazem bem. Não é fácil, eu sei, porque temos a tendência (ou mania) de insistir em manter relações que sabemos que tornaram-se infrutíferas, desastrosas. Quem sabe por aquela velha teimosia, de suportar tudo, colar os pedaços, enxugar as lágrimas e fingir que nada aconteceu
E porque eu estou dissertando acerca disso tudo? Ah sim, me recordo. É porque aprendi a calar... APRENDI. Juro pra você. Tá que aqueles que me conhecem vão precisar ver isso na prática para acreditar que é verídico. Mas sim, tive que aprender, foi uma necessidade que a vida me impôs. Calar, recuar, formar uma camada de gelo em volta do coração, tentar não ser mais tocada por pedidos de desculpas, por declarações de amor ou "provas" de amizade.
Acho que com o tempo a gente aprende DE VERDADE, aquela velha historia, de que os verdadeiros permanecem. Mesmo que eu já tenha escrito sobre isso, acredito que cada dia que passa, tenho cada vez mais certeza do quanto isso é verdade: só o que é sincero continua, cada vez mais forte e permanente! 
A gente se obriga a viver de algo chamado REALIDADE, a aceitar afastamentos, desencontros.. e mais que isso: FINAIS. Passa a sentir necessidade de escrever nossa historia no hoje, a formar nossas expectativas a partir daquilo que dispomos. E tudo isso vira aprendizado, vira parte do roteiro que criamos para nós. 
Sinto falta de tudo que ficou para trás, como aqueles quebra-cabeças dos quais extraviamos algumas peças, e que ficam eternamente incompletos. Mas prefiro valorizar as peças que sobraram, sua beleza, a forma tão perfeita com a qual se encaixam no meu AGORA. Quem sabe no futuro o vento traga de volta aquelas que se perderam... ou não... isso apenas o amanhã dirá. E como eu disse: PASSEI A VIVER DE "HOJES"!


terça-feira, 23 de abril de 2013

Caminhos




A vida é feita de caminhos… milhares deles. Alguns são fáceis de ser encontrados, existem centenas de placas coloridas em neon que indicam a direção. Outros são mais difíceis, são estradas tortuosas, sombrias, sem iluminação, sem indicações de riscos. Alguns são verdadeiros labirintos, que nos fazem quase perder a esperança de encontrar a saída. Outros ainda possuem cruéis encruzilhadas, que na maioria das vezes causam dúvida, medo, indecisão. Por que escolher a direita? Quem garante se na esquerda não está o trajeto mais emocionante, a paisagem mais encantadora, a felicidade mais completa? 
Caminhos, milhares deles. Muitas vezes a gente pega alguns atalhos, escolhe o trajeto mais curto, na pura ilusão de que será mais simples também. Digo com propriedade: não é. Afinal de contas são as pedras que calejam os pés e fazem com que aprendamos a nos proteger. É o cansaço da viagem que nos faz dar valor a um colo amigo, um abraço sincero...
A gente encontra tantas curvas perigosas, tantas estradas sem saída, por vezes alguns tombos e machucados. 
Caminhos..
Diversos deles me trouxeram até aqui. De cada um, trago um aprendizado. Carrego comigo a areia nos olhos fruto das decepções que tive, nas lágrimas o orvalho das noites sem abrigo, sem um porto seguro pra onde voltar, os calos nos pés, na alma, no coração. Caminhei muito, quase desisti por vezes. Mas continuei, e hoje estou aqui, pés cansados, tanto peso na bagagem, peso das lembranças e do conhecimento na memória, tanta coisa... mas a certeza: tudo valeu a pena!
Caminhos... 
resta a certeza de que só estou aqui porque um dia dei o primeiro passo. E é isso, os mais longos caminhos sempre iniciam com um pequeno passo. É tão fácil.. tente você também!



quarta-feira, 3 de abril de 2013

3 anos. O tempo jamais será capaz de apagar.



Lá se foram três anos... três longos anos.
Pode parecer pouco se pensarmos na forma fugaz com que o tempo tem passado, mas para os que sentem a falta de alguém doer fundo o coração, um minuto tem o peso de um século.
Você se foi. Levou contigo aquele sorriso meigo e travesso, que trazia todas as estrelas para a terra. Tirou de nós aquele olhar que conquistava sem precisar palavras, aquela ternura que emanava em um simples toque. Partiu para um lugar muito melhor, e nos deixou com essa dor que deveria passar à medida que o tempo fosse arquivado nas gavetas de nossa história. Mas não passou. Talvez tenha sido amenizada... quem sabe tenhamos aprendido a nos conformar com tua ausência, mas não passa, e não há de passar. Você é saudade viva, que invade o peito.
Numa era em que as pessoas nem mais percebem o outro que caminha ao seu lado, em que ter se tornou tão mais importante do que ser, em que os sentimentos são tão vulneráveis e perecíveis, lembrar de ti faz com que mantenhamos viva a esperança na humanidade. Sim, porque você despertou naqueles que te conheceram um sentimento verdadeiro... Esse tipo de sentimento sabe, que faz com que a gente chegue mais perto do céu em pequenos gestos. Você é daquelas pessoas que “quanto mais especiais e mais importantes para nós, tanto mais sentimos falta da presença delas, das coisas simples, (...) é um sentimento que preenche a alma, mas, ao mesmo tempo, traz um vazio ao peito. Uma saudade sem tamanho. Um grande amigo é pra sempre. O tempo não... E esse tempo deixa uma saudade sem fim!”. Esse vazio que ficou em nosso coração não será preenchido por nada. Permanecerá ali como prova da imensidão daquilo que vivemos ao teu lado. O amor que sentimos por ti é de uma força tamanha que só pode ser comparada à alegria que você irradiava.
Ainda sentimos tua presença entre nós... sempre que as flores desabrocham lembramos da tua inocência e do teu carinho que chegava até nós cotidianamente por meio das infinitas surpresas que você teimava em causar. Nos dias de lua cheia lembramos teu brilho, essa essência que só pertencia a ti. Os raios de sol trazem tua coragem de enfrentar o mundo por aquilo que sonhava, por aquilo que amava. A chuva lava o chão, ameniza a dor a medida que aumenta a saudade. Ainda te sentimos aqui Jéssica, entre nós, comemorando nossas vitórias, nos ajudando a levantar em nossas quedas, aconselhando ao pé do ouvido o caminho a seguir nas tantas encruzilhadas da vida. Deus não te tirou de nós... apenas a transformou em um anjo que segue do céu iluminando cada um de nossos passos, olhando por nós, e nos amando com a pureza e intensidade que só aos anjos pertencem.
A ausência é física... faz falta a voz, o som das risadas, o perfume, o olhar. Porém tudo permanece na lembrança, no coração. Você marcou nossa alma, a medida que por ti seguimos espalhando pelo mundo aquilo que contigo aprendemos. E acho correto aquele velho dizer popular que afirma que qualquer marca na alma acaba sendo retratada em nossa pele. Tua presença vira eternidade para os que um dia te amaram e sonham em "cedo ou tarde te reencontrar, numa bem melhor". Ainda te sentimos aqui... na pele, no traço, no tom, no verbo, no olhar e no sorriso.
Fica em Paz menina, a mesma paz que você sempre transmitiu. 

Cristiane Schmidt, que tatuou "J.L. endless love". Amor que fica na pele a medida que jamais sairá da alma.
Cristiane Schmidt, que tatuou "J.L. endless love". Amor gravado na pele à medida que jamais sairá da alma e do coração.

quarta-feira, 27 de março de 2013



Tenho completa aversão à matemática... não gosto de fórmulas, receitas, de exatidão. Odeio que a vida seja um 2+2=4. Por que não pode ser 5? Ou 3? Ou um bilhão? 
Detesto ter de seguir uma receita: tanto disso, mais um tanto daquilo e um pouquinho daquele outro. Por que não posso colocar mais do que eu quiser? ... 
Percebem? Para mim tudo precisa ser passível de ser rebatido com o clássico: Por quê???
Calma, não estou afim de revolucionar as ciências exatas, nem mesmo instaurar a dúvida no que não se deve discutir. 2+2=4, pronto, simples, exato. Na matemática. Não na vida. Na vida não é assim. Não pode ser. Afinal vivemos em constantes situações em que fórmula alguma pode ser aplicada para alcançarmos um resultado correto ou ao menos coerente. Não tem como seguir o tal do Bháskara e calcular todos os problemas  como se a solução fosse igual a -b+/- raíz quadrada de b² -4ac/2a. E Amém que é assim. Porque só desse jeito somos obrigados a encontrar outras formas de solucionar a questão... damos nosso jeitinho, encontramos outro caminho... 
Para a vida não existe receita como a do bolo de milho da minha mãe. A gente pega todos os ingredientes que estão na dispensa, joga num recipiente, mistura com todo o amor e a esperança possíveis, e espera, com todas as forças que dê certo, que cresça, que tenha o gosto dos nossos sonhos.
A gente faz o que dá, e o que não dá também. Tenta daqui, insiste de lá, aposta todas as fichas... Não tem como seguir o que já está pré-estabelecido. Até porque se fizermos assim, chegaremos até onde os outros já chegaram. Mas a gente sempre quer mais, quer o novo, o inalcançado, o intocado. Quer campos novos, fórmulas novas e inexatas... quer jogar tudo na panela, nem que no fim exploda e nosso trabalho vá pelos ares.
Somente os fracos aceitam o que está estabelecido. Os grandes matemáticos são os que acham jeitos de contrariar as fórmulas. Os maiores mestres na cozinha são os que misturam o inimaginável e criam pratos incríveis. 
E tem nós, que nos tornamos infinitos a partir de cada murro que derrubamos em nosso cotidiano. De cada pedacinho de nós que deixamos no outro. E de cada parâmetro que quebramos a partir da velha e boa pergunta: Por quê?

quarta-feira, 6 de março de 2013

Nostalgia...


Vamos lá... preciso escrever algo pra publicar no blog porque as aranhas estão cobrindo meus textos com tantas teias... Acontece que abro a página, fico olhando para a folha em branco em minha frente e nada de aproveitável surge nessa cabecinha.. acho que tenho tanto pra falar que as vezes fico assim, sem pauta, sem tom, sem melodia... sem nada de útil pra compartilhar...
Talvez isso seja bom... as vezes é benéfico pra pessoas expansivas demais como eu acalmar o verbo, se recolher... falar demais cansa.. cansa a gente e os outros também.. porque tem vezes que ninguém quer saber nossa opinião, ninguém precisa do nosso parecer, e na real to numa fase que perder tempo com coisas desnecessárias já não é mais inocência, é burrice mesmo...
Só que dá saudade sabe... de um tempo passado, que falando assim parece ser de outro século, mas que foi outro dia, há tão pouco que quase podemos tocar com as mãos... mas que não nos pertence mais... A gente sente saudade das pessoas, dos momentos, dos cheiros e sabores, da música*, do toque, do sorriso, do olhar... Faz falta,e é uma falta que dói, porque fica um vazio, um buraco que a gente não preenche... que nada completa... Nostalgia é coisa estranha né?? é como lembrar da casa de nossa infância, do cheiro bom de bolo recém-saído do forno, do gosto de terra que a gente teimava em comer, do joelho esfolado pelos tombos de bicicleta.... a gente lembra mas sabe que nunca mais terá aquilo em nossa vida... que passou, mas que foi tão bom...
Assim acontecem com alguns amores e amigos... fazem tanto bem, mas depois que passam deixam pequenos abismos... que mesmo doendo um pouco são necessários, para que a gente mesmo aprenda, quem sabe um dia, que nada é pra sempre, só o que permanece é o que a gente sentiu... e que foi de verdade!!!


* Ah, A música. Num dia em que perdemos um dos caras que ainda mantinha o rock nacional Vivo e verdadeiro, não há como não falar da música que marcou tantos dos momentos de minha infância, adolescência, enfim, minha vida até hoje. Ah, a música de Chorão. Fica aqui minha singela homenagem. Tu farás falta! E a gente se pergunta porque a vida é assim? Ele tinha habilidade de fazer historias tristes virarem melodia. Só os Loucos Sabem porque o Céu amanheceu mais Azul hoje. Fica Naquela Paz Chorão, um dia espero te reencontrar numa bem melhor.

Chorão. 1970 -  




segunda-feira, 4 de março de 2013

Campanha "Sem movimento não há liberdade"

No mundo de desigualdade, toda violação de direitos é violência




Vivemos em uma sociedade marcada pela desigualdade social e por diferentes formas de opressão, como o racismo, o machismo e a homofobia. Deparamo-nos cotidianamente com múltiplas expressões da violência, que atingem um público muito diverso - mulheres, homens, estudantes, pessoas idosas, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, população Lésbica, Gay, Bissexuais, Travestis e Transgêneros (LGBT), negra e em situação de rua, dentre outros. Pessoas que representam a maioria no país e que vêm sendo impedidas de terem uma vida justa e digna. 

Para se ter apenas um exemplo, segundo informações do Mapa da Violência (Instituto Sangari, 2011), as taxas que em 1980 chegavam a 30 homicídios a cada 100 mil jovens, na década atual superam os 50 homicídios em 100 mil. Trabalhadores e trabalhadoras rurais também são constantemente alvo da violência. Segundo o relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) "Conflitos no campo Brasil 2011", sobressai o crescimento do número de pessoas ameaçadas de morte. De 125, em 2010, saltaram para 347, em 2011, 177,6%. O Grupo Gay da Bahia (GGB), no Relatório Anual de Assassinatos de Homossexuais de 2011, relata que foram documentados 266 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil naquele ano. Com este trágico cenário, o Brasil confirma sua posição de primeiro lugar no ranking mundial de assassinatos motivados por homofobia, lesbofobia, transfobia, concentrando 44% do total de execuções de todo o mundo.

Nesse sentido, o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Serviço Social (CFESS-CRESS), entidades que regulamentam o trabalho de assistentes sociais no país e que, para além de suas atribuições, contidas na Lei 8.662/1993, vêm promovendo ações políticas para a construção de um projeto de sociedade radicalmente democrático, anticapitalista e em defesa dos interesses da classe trabalhadora, lançam a Campanha de Gestão do Conjunto CFESS-CRESS 2011-2014, intitulada "No mundo de desigualdade, toda violação de direitos é violência". 

Sabemos que o atendimento às necessidades humanas não ocorre no sistema capitalista; é por isto que não nos rendemos às perspectivas fatalistas que se conformam com a ideia de que não existe alternativa à mundialização capitalista. Permanecemos acreditando que a história é uma arena fértil, aberta de possibilidades, e dessa forma seguimos lutando pela emancipação humana. 

A campanha tem como objetivos primordiais:

  • Sensibilizar a sociedade em geral para o debate em torno da desigualdade social e da violência e negação de direitos, abordando as consequências da violência para as diversas populações e difundir os canais de denúncia contra as violações de direitos;
  • contribuir para criação e disseminação de linguagens e ações de combate às múltiplas expressões da violência como negação de direitos entre a categoria de assistentes sociais, para que possam discutir e divulgar uma cultura política de defesa dos direitos humanos numa perspectiva anticapitalista;
  • estimular a realização de debates públicos sobre as consequências da violência para vida de mulheres, negros/as, LGBT, de crianças e adolescentes, pessoas idosas, pessoas com deficiência, pessoas em situação de rua, população indígena, dentre outros.
Sem movimento não há liberdade. Sem movimento das forças de esquerda, que lutam pela emancipação humana, não há liberdade. Sem movimento de assistentes sociais, no combate a preconceitos e discriminação no cotidiano profissional, não há liberdade. Somente em movimento coletivo é que os sujeitos, que lutam no campo da esquerda, podem construir alternativas históricas de liberdade. 

Este é o nosso chamado à luta em defesa dos direitos humanos, em defesa da igualdade real na vida cotidiana, da liberdade, da justiça e da diversidade humana.


Saiba mais em http://www.semmovimentonaohaliberdade.com.br/

sexta-feira, 1 de março de 2013

O que tem de ser...


Sábio Guimarães Rosa já dizia: "O que tem de ser tem muita força".
E tem mesmo, não adianta. Mas há que se discutir um pouco a esse respeito.
Desde pequena minha mãe, tão sábia quanto, me dizia que o que era meu seria de qualquer forma, não importa os caminhos que trilhasse para chegar até mim, nem o tempo que demorasse nas esquinas da vida... seria meu simplesmente.
Isso vale também pr'aquilo que não me pertence, e que não pertencerá, mesmo que eu queira muito. Mesmo que eu possua por algum tempo, ficará em minhas mãos de forma transitória, mas igual passarinho preso nas grades, um dia insatisfeito, encontrará uma brecha e fugirá.
O tempo é rei, e ele é sempre o único capaz de mostrar o lado certo (ou avesso) das coisas.
Se for pra ser, vai ser. Sim, eu sei, você sabe. Ocorre que, na maioria dos casos, as pessoas se escondem atrás dessa desculpa para deixar que tudo vá acontecendo, que a mão invisível do destino vá pintando e bordando, sem se esforçar para mudar alguns rumos, alterar a direção. 
A gente insiste em tanta coisa inútil, vazia e perecível... entretanto deixa de insistir no que realmente vale a pena, no que merece muito mais da nossa dedicação.
 E não importa que o tempo passe, que os anos corram, que o amanhã venha. Não interessa quantas bocas tu encontres, quantos amores tu vivas, quantos olhares tu conheças. Eu sei, até quem te vê na rua, com esse sorriso estampado na cara, sabe... um dia olharás para trás e verás que o maior amor da tua vida ficou esquecido atrás da desculpa "se for pra ser será". Isso vale para os sonhos também.
Temos que aprender a aceitar que algumas coisas realmente não foram feitas para serem nossas. São do mundo... Porém, só podemos ter essa certeza depois que tivermos feito tudo que podíamos, ter tentado verdadeiramente, pelo menos uma vez, para que fosse nosso. Se não tiver que ser, não será, e nossa consciência estará calma, e dormirá tranquila.
O que não dá é se permitir desculpar-se diante da vida, diante dos sonhos, dizendo que não era pra ser, delegando ao destino a função e a culpa por todos nossos fracassos e decepções.
O que tem de ser, tem muita força. Mas você também tem. Portanto, vá a luta. Entre em campo. Com o tempo você perceberá que a gente é que faz o nosso destino, mesmo que aquele "era pra ser", realmente seja, é a gente que decide como vai lidar com isso. Tudo depende da importância que você dá.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Fiz uma lista...


Fiz uma lista. Contei, numerei e organizei em ordem decrescente...
No topo enfatizei os sonhos antigos, as utopias eternas, os desejos imortais. Em alguns minutos ordenei poucos itens e colei na geladeira.
Sobrou espaço na folha, restaram linhas e linhas em branco. 
Não costumava ser assim.
Sempre fui do tipo de pessoa que tem sonhos incontáveis, que tem prateleiras abarrotadas de vontades, que jamais deixa de querer algo novo. O infinito sempre me interessou, tanto quanto o impossível, o inalcançável. 
Porém, me surpreendi ao ver uma lista breve, sucinta e finita. Olhei pr'aquele pedaço de papel tão medíocre comparado ao tanto de coisa que ainda tenho a fazer nesse mundo, e lembrei do que disse Cora Coralina "Daqui para frente apenas o que couber no bolso e no coração." 
É, percebi que chega uma hora que a gente cansa de carregar o mundo nas costas. Cansa, simplesmente.
A gente não sai por aí esbravejando, gritando e esperneando. Não busca uma explicação, nem tenta mudar os fatos. Apenas cansa e resolve parar.
Não se trata do fim da guerra, e sim do encerramento de um ciclo. 
É importante que saibamos admitir quando perdemos uma batalha, quando não fomos fortes o suficiente para segurar as pontas, manter a luta, persistir...
E mais importante ainda é que aprendamos a desocupar alguns espaços em nosso coração. Chega de gente inútil ocupando lugar que podia estar livre, facilitando a caminhada. Chega de deixar-se transbordar em sentimentos por aqueles que mantém-se frios diante de nossas fraquezas, nossas quedas e nossos inevitáveis erros. Chega de pesos desnecessários, carga excedente, bagagens pesadas. É hora de aliviar os passos, permitir-se voar. 
Que o vento tire de nós tudo aquilo que for dispensável e supérfluo. Que leve pra longe.
É hora de pendurar a alma no varal, deixar secar tudo que for inútil, deixar ir. 
É tempo de revirar gavetas, retirar os entulhos, as quinquilharias, os ingressos de cinema, as passagens de ônibus, embalagens de balas e bombons. Jogar no lixo os bilhetes, os desenhos engraçados, as declarações de amor e amizade, falsas e perecíveis. Queimar aqueles velhos sentimentos, que assim como as roupas e calçados antigos, já não servem mais. Não adianta acreditar que dá pra remendar, colar, costurar... já era. Momento de desapegar, desprender... sim, eu já disse: DEIXAR IR. 
Manter apenas o que for verdadeiro, o que fez diferença e que exatamente por ser sincero, PERMANECEU.





sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

CONEB e Bienal da UNE


O convite especialíssimo de hoje é para o CONEB (Conselho Nacional de Entidades de Base) que acontecerá entre os dias 18 e 21 de janeiro, e a Bienal da UNE que será realizada de 22 a 26 de janeiro, ambos nas cidade de Recife e Olinda - PE. 
O Serviço Social da Unochapecó possui histórico de participação nessas atividades, posto que representa um curso formado por estudantes extremamente críticos e comprometidos com a transformação da ordem social imposta. E desta vez não será diferente. Estaremos por lá com toda certeza.
Em 2010 no Rio de Janeiro mais de 7 mil estudantes fizeram com que os eventos fossem grandes sucessos, e foi incrível. Esse ano são esperados mais de 10 mil estudantes de todos os cantos do país.
Para saber mais sobre os eventos acessem:  http://www.bienaldaune.org.br/ 
Simbora meu povo que Pernambuco nos espera.


ISSO É MOVIMENTO ESTUDANTIL DE VERDADE...