terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Querido Sr. Presidente

Querido Sr. Presidente
Venha dar uma volta comigo
Vamos fingir que somos apenas duas pessoas e
Você não é melhor do que eu
Eu gostaria de fazer-lhe algumas perguntas se pudermos conversar honestamente


O que você sente quando vê tantos sem-tetos nas ruas?
Por quem você reza a noite antes de dormir?
O que você sente quando olha no espelho?
Você está orgulhoso?


Como você dorme enquanto o resto de nós chora?
Como você sonha quando uma mãe não tem a chance de dizer adeus?
Como você anda com a sua cabeça erguida?
Você pode pelo menos me olhar nos olhos
E me dizer como?


Querido Sr. Presidente
Você era um garoto sozinho?
Você é um garoto solitário?
Como você pode dizer
Nenhuma criança é deixada para trás?
Nós não somos bobos e não somos cegos.
Eles estão todos sentados em suas celas
Enquanto você abre o caminho para o inferno


Que tipo de pai tiraria os direitos da própria filha fora?
E que tipo de pai poderia odiar a própria filha se ela fosse gay?
Eu só posso imaginar que a primeira-dama tem a dizer
Você já percorreu um longo caminho de uísque e cocaína.


Como você dorme enquanto o resto de nós chora?
Como você sonha quando uma mãe não tem nenhuma chance de dizer adeus?
Como você anda com a cabeça erguida?
Você pode pelo menos me olhar nos olhos?


Deixe-me te dizer sobre trabalho duro:
Salário minimo com um bebê a caminho
Deixe-me te dizer sobre trabalho duro:
Reconstruir sua casa depois que as bombas a levaram embora
Deixe-me te dizer sobre trabalho duro:
Construir uma cama com caixas de papelão
Deixe-me te dizer sobre trabalho duro
Trabalho duro
Trabalho duro
Você não sabe nada sobre trabalho duro
Trabalho duro
Trabalho duro
Oh


Como você dorme a noite?
Como você anda com a cabeça erguida?
Querido Sr. Presidente
Você nunca daria uma volta comigo...
Daria?

(Dear Mr. President - Pink)

sábado, 25 de dezembro de 2010

as vezes é preciso abandonar o que não nos serve mais...


"A gente finge que arruma o guarda-roupa, arruma o quarto, arruma a bagunça. Tira aquele tanto de coisa que não serve, porque ocupar espaço com coisas velhas não dá. As coisas novas querem entrar, tanta coisa bonita nas lojas por aí. Mas a gente nunca tira tudo. Sempre as esconde aqui, esconde ali, finge para si mesmo que ainda serve. A gente sabe. Que tá curta, pequeno, apertado. É que a gente queria tanto. Tanto.
Acredito que arrumar a bagunça da vida é como arrumar a bagunça do quarto. Tirar tudo, rever roupas e sapatos, experimentar e ver o que ainda serve, jogar fora algumas coisas, outras separar para doação. Isso pode servir melhor para outra pessoa. Hora de deixar ir. Alguém precisa mais do que você. Se livrar. Deixar pra trás. Algumas coisas não servem mais. Você sabe. Chega. Porque guardar roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém que não lhe serve. Perca de espaço, tempo, paciência e sentimento.
Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa. Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça.



Caio Fernando de Abreu

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

dança...


Na verdade, o simples prazer de dançar bastaria para justificar a prática, mas vivemos num mundo onde todos se perguntam o tempo todo "para que serve?". Para que serve um beijo, para que serve ler, para que serve um pôr-do-sol? É a síndrome da utilidade.
Pois bem, dançar tem sim uma serventia. Ela nos ensina a ter confiança, se é que alguém ainda lembra o que é isso. Hoje ninguém confia, é verbo em desuso.. Você não confia em desconhecidos e também em muitos dos seus conhecidos. Não confia que irão lhe ajudar, não confia que irão chegar na hora marcada, não confia seus segredos, não confia seu dinheiro.
Dormimos com um olho fechado e o outro aberto, sempre alertas, feito escoteiros. O lobo pode estar a seu lado, vestindo a tal pele de cordeiro. Então, de repente, o que alguém pede a você? Que diga sim. Que escute atentamente a música. Que apóie seus braços em outro corpo. Que se deixe conduzir. Que não tenha vergonha. Que libere seus movimentos. Que se entregue.
Qualquer um pode dançar sozinho. Aliás, deve. Meia hora por dia, quando ninguém estiver olhando, ocupe a sala, aumente o som e esqueça os vizinhos. Mas dançar com outra pessoa, formando um par, é um ritual que exige uma espécie diferente de sintonia. Olhos nos olhos, acerto de ritmo. Hora de confiar no que o parceiro está propondo, confiar que será possível acompanhá-lo, confiar que não se está sendo ridículo nem submisso, está-se apenas criando uma forma diferente e mágica de convivência.
Ouvi uma coisa linda ao sair do cinema: se os casais, hoje, dedicassem um tempinho para dançar juntos, mesmo em casa - ou principalmente em casa - muitas discussões seriam poupadas. É uma espécie de conexão silenciosa, de pacto, um outro jeito de fazer amor.




Dançar é tão bom que nem precisava servir pra nada. Mas serve.
`

Martha Medeiros

mulher boazinha???

Agora quer ver o mundo cair?
Diga a uma mulher que ela é muito boazinha.
Descreva aí uma mulher boazinha...
Voz fina, roupas pastel, calçados rente ao chão.
Aceita encomendas de doces, contribui para a igreja,
cuida dos sobrinhos nos finais de semana.
Disponível, serena, previsível, nunca foi vista negando um favor.
Nunca teve um chilique.
Nunca colocou os pés num show de rock.
É queridinha.
Pequeninha.
Educadinha.
Enfim, uma mulher boazinha.
Fomos boazinhas por séculos.
Engolíamos tudo e fingíamos não ver nada, ceguinhas.
Vivíamos no nosso mundinho, rodeadas de panelinhas e nenezinhos.
A vida feminina era esse frege: bordados, paredes brancas,
crucifixo em cima da cama, tudo certinho.
Passamos um tempão assim, comportadinhas, enquanto íamos alimentando um
desejo incontrolável de virar a mesa.
Quietinhas, mas inquietas.
Até que chegou o dia em que deixamos de ser as coitadinhas.
Ninguém mais fala em namoradinhas do Brasil: somos atrizes,
estrelas, profissionais.
Ser chamada de patricinha é ofensa mortal.
Quem gosta de diminutivos, definha.
Ser boazinha não tem nada a ver com ser generosa.
Ser boa é bom, ser boazinha é péssimo.
As boazinhas não têm defeitos.
Não têm atitude.
Conformam-se com a coadjuvância.
PH neutro.
Ser chamada de boazinha, mesmo com a melhor das intenções,
é o pior dos desaforos.
Mulheres bacanas, complicadas, batalhadoras, persistentes, ciumentas,
apressadas, é isso que somos hoje.
Merecemos adjetivos velozes, produtivos, enigmáticos.
As “inhas” não moram mais aqui.
Foram para o espaço, sozinhas.
Martha Medeiros

Eu sou lúcida na minha loucura, permanente na minha inconstância, inquieta na minha comodidade. Pinto a realidade com alguns sonhos, e transformo alguns sonhos em cenas reais.
Choro lágrimas de rir e quando choro pra valer não derramo uma lágrima. Amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz.
Busco pelo prazer da paisagem e raramente pela alegre frustração da chegada. Quando me entrego, me atiro e quando recuo não volto mais.
Mas não me leve a sério, sei que nada é definitivo.
Nem eu sou o que penso que eu sou.
Nem nós o que a gente pensa que tem.
Prefiro as noites porque me nutrem na insônia, embora os dias me iluminem quando nasce o sol. Não acredito em duendes, bruxas, fadas ou feitiços. Não vou à missa. Nem faço simpatias. Mas, rezo pra algum anjo de plantão e mascaro minha fé no deus do otimismo.
Quando é impossível, debocho. Quando é permitido, duvido....e não aposto em jogo de cartas marcadas.
Penso mais do que falo. E falo muito, nem sempre o que você quer saber. Eu sei. Gosto de cara lavada — exceto por um traço preto no olhar — pés descalços, nutro uma estranha paixão por camisetas velhas e sinto falta de uma tatuagem no lado esquerdo das costas.
Mas há uma mulher em algum lugar em mim que usa caros perfumes e brilho no olhar, quando se traveste em sedução.
Se você perceber qualquer tipo de constrangimento, não repare, eu não tenho pudores mas, não raro, sofro de timidez. E note bem: não sou agressiva, mas defensiva.
Impaciente onde você vê ousadia.
Falta de coragem onde você pensa que é sensatez.
Mas mesmo assim, sempre pinta um momento qualquer em que eu esqueço todos os conselhos e sigo por caminhos escuros. Estranhos desertos.
E, ignorando todas as regras, todas as armadilhas dessa vida urbana, dessa violência cotidiana, se você me assalta, eu reajo.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

vivaa... e faça acontecer!!!

É melhor atirar-se à luta em busca de dias melhores, mesmo correndo o risco de perder tudo, do que permanecer estático, como os pobres de espírito, que não lutam, mas também não vencem, que não conhecem a dor da derrota, nem a glória de ressurgir dos escombros. Esses pobres de espírito, ao final de sua jornada na Terra não agradecem a Deus por terem vivido, mas desculpam-se perante Ele, por terem apenas passado pela vida.

um pouco mais de feminismoo....




Desconstruindo Amélia

Pitty

Já é tarde, tudo está certo
Cada coisa posta em seu lugar
Filho dorme ela arruma o uniforme
Tudo pronto pra quando despertar
O ensejo a fez tão prendada
Ela foi educada pra cuidar e servir
De costume esquecia-se dela
Sempre a última a sair...
Disfarça e segue em frente
Todo dia até cansar
Uooh!
E eis que de repente ela resolve então mudar
Vira a mesa
Assume o jogo
Faz questão de se cuidar
Uooh!
Nem serva, nem objeto
Já não quer ser o outro
Hoje ela é um também
A despeito de tanto mestrado
Ganha menos que o namorado
E não entende porque
Tem talento de equilibrista
Ela é muita se você quer saber
Hoje aos 30 é melhor que aos 18
Nem Balzac poderia prever

Depois do lar, do trabalho e dos filhos
Ainda vai pra nigth ferver

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

finais e recomeços...

E mais uma vez o fim do ano chega.. com ele as luzes de natal, os amigos-secretos, as provas finais, mas o vai e vem permanece...
Geralmente nessa época, todo mundo deseja um novo ano repleto de coisas positivas, e promete que tudo será diferente.. porém...as tantas promessas de mudança, de novas posturas costumam perder-se ainda nos primeiros dias do ano que se inicia...
Prefiro não fazer promessas, não comprometer-me em mudar, porque estou seguramente satisfeita com aquilo que sou e aquilo que faço... convenhamos, só os inseguros ou tolos é que acreditam ser mesmo possível mudar de uma hora pra outra atitudes que nos acompanham desde que nos conhecemos como gente..
Detenho-me a fazer uma avaliação do ano que se encerra, buscando identificar os erros, ressaltar os acertos, valorizar as vitórias e sorrir por todas as conquistas, que graças a Deus não foram poucas...
Amizades que se formaram.. outras que se fortaleceram... novas pessoas que entraram em minha vida trazendo brilho e magia aos meus dias...algumas acabaram me decepcionando e ferindo de forma que parecia que nunca mais iria me recuperar.. mas passou.. caminhos que acabaram não conduzindo para um destino alegre, mas que a vida deu jeito de encontrar um atalho que me trouxesse de volta ao rumo certo...
Ahh aqueles amigos, aqueles que mataram tantas aulas comigo, que suportaram meus momentos de revolta, de stress, de nervosismo, sempre ali, chorando comigo, rindo ao meu lado, me motivando e me dando motivos para seguir...aqueles velhos amigos, que me conhecem ha tanto tempo, e que já sabem me reconhecer só pelo olhar...todos sem dúvida, são a melhor parte de mim, o motivo mais simples do meu sorrir, a alegria mais gostosa e minha razão de não desistir...
Minha família.. que é a benção mais valiosa que eu tive... pai, mãe e minha irmã...os seres mais repletos de luz que eu já conheci, e pelos quais agradeço todo dia...
Meu trabalho... a realização de fazer aquilo que se ama é algo que não há como explicar...
Amores??? beem...esses por mais que nao se busque acabam batendo a porta.. uns machucando muito mais que fazendo bem... conheci pessoas que poderiam ter me feito muito felizzzz mas infelizmente não estava pronta para entregar meu coraçao.. outros a quem o entreguei não souberam valorizar... e acabaram o perdendo pra sempre... deixando apenas cicatrizes e o aprendizado de nunca mais confiar plenamente...
Estudos??? cada dia uma descoberta..e a superaçao... e a capacidade de mostrar pra todos aqueles que não acreditaram em nosso potencial que nós podemos, que nós sabemos, e que não precisamos mudar nosso jeito moleque e rebelde de ser somente para agradar alguns..somos felizes assim, e é assim que continuaremos, e quem não se agradar.. só temos a lamentar babies...
Que 2011 chegue leve, sorrateiro e fugaz... que traga em seus dias a beleza de tudo aquilo que é do bem, que nos encante, nos emocione, nos alegre, nos faça gritar de euforia.. mas que também possamos errar novamente..porque são esses erros que nos darão motivos para ao final do ano perceber tudo que evoluimos e tudo que ainda temos a aprender....

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Feminismo...

Não temos como negar que ainda vivemos em uma sociedade excludente e extremamente machista, guiada por valores e princípios distorcidos em que prevalece a voz de alguns e oprime-se o grito da maioria. Mas ao mesmo tempo, vemos abrindo-se diante de nós oportunidades de participação nunca vistas antes, espaços de discussão e debates, em que nós, juntamente com os homens podemos refletir sobre a realidade e estabelecer objetivos concretos para a construção da sociedade que tanto buscamos. Estes espaços são mais que importantes, e sim imprescindíveis para nossa efetiva participação nas transformações que pretendemos, e para que possamos realizar plenamente nosso papel e nossa função histórica, por tanto tempo renegada, mas que hoje temos a chance de dominar. Nosso objetivo não é uma guerra entre os sexos e sim que ambos dêem as mãos e que caminhem juntos para algo melhor, pois de nada adianta continuarmos gritando e esbravejando que vivemos em um mundo desigual entre nós mulheres, se a mudança passa também pela mão dos homens. O feminismo é muito mais que uma idéia de mulheres rebeldes que se propõe a guerrear com os homens... trata-se de uma postura crítica acerca da realidade que nos cerca, uma semente de reflexão, que acaba tornando-se combustível na construção da sociedade que tanto sonhamos ter.
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.
Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena.
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.



Lya Luft

Culpa???

Culpa por não sentir culpa alguma. Por estar achando tudo condizente com meu grau de exigência em relação ao aproveitamento do meu tempo, condizente com a minha fome, que nunca foi de comida, mas de vivência. A pergunta que mais faço é: pq não? Desde pequena, desde que tomei gosto pelo ato de respirar e me senti atraída pelos dias que estavam por vir, horas repletas de novidade, desde que eu despertei para a leitura e que passei a sentir o sabor das coisas de uma forma muito entusiasmada, desde que eu soube que podia pensar e que o pensamento era livre, que dentro do meu pensamento ninguém poderia me achar, desde que meus seios cresceram e eu descobri que pessoas tinham cheiro, desde lá até aqui eu me pergunto: pq não me oferecer para aquilo que não fui preparada? Eu tenho as armas de que necessito para me defender, e mesmo que eu perca, eu ganho, já perdi algumas vezes e sei como funciona a lei das compensações. Quero acolher com generosidade o que em mim se manifesta de forma incorreta. Não vou pedir permissão aos outros para desenvolver a mim mesma, mando no meu corpo e em tudo o que ele confina, coração incluído, consciência incluída. Talvez eu esteja com receio de ter ido longe demais desta vez e esteja preparando a minha defesa, caso alguma coisa não saia como esperado. O que eu espero? Não espero nada, espero tudo, estou à deriva nessa aventura. Eu queria cristalizar esse momento da minha vida, mas estou em alta velocidade, e não sei se quero ir adiante, só que eu não tenho opção. Acho que é isso. Eu tinha opções, agora não tenho. Não consigo parar esse trem." (Martha Medeiros) 

Levanta dessa cama garota...

Anda! Sei que tá doendo, mas levanta. Coloca uma roupa. Passa a maquiagem. Arruma esse cabelo. Ajeita a armadura. Segura o coração. Sai por aquela porta. Enfrenta o vento. Sorri pro Sol. Segura o coração. Olha pra ele. Passa reto. Não caia. Não caia. Engole o choro. Finge de morta quando ele falar com você. Seja fria. Continue andando. Enfrente seus problemas de cara. Reaja. Vai. Tá pensando que é só você que sofre? Tá enganada. Anda menina. Para de ser infantil. A culpa não é de ninguém. Seus pais não são errados. A culpa é tua. Se apaixonou agora segura. Anda. Seja. Reaja...

.....


Quero uma cartola de mágico,
mas que funcione bem,
para enfiar nela meu coração delirante
e retirar uma engrenagem melhor.
Quero esconder na manga, na bolsa,
nessa cartola encantada,
minha alma falida, a asa quebrada,
tanta contradição.
Prefiro um objeto mais útil:
calculadora de emoção, maquininha de escrever,
relógio de sonho preso num lugar.

(Umas peças de metal enfiadas no peito:
só o essencial, para que a cara
não desabe de todo no chão.)

Restos...

Acredite em você mesmo, pois é só voce que pode se auto julgar. 
Ouse, arrisque e nunca se arrependa. 
Não desista jamais e saiba valorizar quem te ama, esses sim merecem seu respeito. 
Quanto ao resto, bom, ninguem nunca precisou de restos para ser feliz.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Quer saber o que eu penso???



Você aguentaria conhecer minha verdade? Pois tome. Prove. Sinta. Eu tenho preguiça de quem não comete erros. Tenho profundo sono de quem prefere o morno. Eu gosto do risco. Dos que arriscam. Tenho admiração nata por quem segue o coração. Eu acredito nas pessoas livres. Liberdade de ser. Coragem boa de se mostrar. Dar a cara a tapa! Ser louca, estranha, linda, chata! Eu sou assim. Tenho um milhão de defeitos. Sou volúvel. Tenho uma tpm horrível. Sou viciada em gente. Adoro ficar sozinha. Mas eu vivo para sentir. Por isso, eu te peço. Me provoque. Me beije a boca. Me desafie. Me tire do sério. Me tire do tédio. Vire meu mundo do avesso! Mas, pelo amor de Deus, me faça sentir... Um beliscãozinho que for, me dê. Eu quero rir até a barriga doer. Chorar e ficar com cara de sapo. Este é o meu alimento: palavras para uma alma com fome. Porém, palavras até que me conquistam temporariamente, mas atitudes me ganham ou perdem p sempre... Meu coração é minha razão. Essa é a lógica que inventei pra mim.

Eu...modo de usar

Pode invadir ou chegar com delicadeza,  
mas não tão devagar que me faça dormir. 
Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. 
Acordo pela manhã com ótimo humor mas ... 
permita que eu escove os dentes primeiro. 
Toque muito em mim, principalmente nos cabelos  
e minta sobre minha nocauteante beleza.

Tenho vida própria, me faça sentir saudades, 
conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas  
e nem seja preconceituoso, não perca tempo, cultivando 
este tipo de herança de seus pais.  
Viaje antes de me conhecer,  
sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, 
um albergue da juventude.  
Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. 
Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras,  
elas serão raras e sempre por uma boa causa. 
Respeite meu choro, me deixe sózinha, só volte quando eu chamar e, 
não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada.  
( Então fique comigo quando eu chorar, combinado?).

Seja mais forte que eu e menos altruísta! 
Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, 
gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço.  
Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: 
boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado, 
você tem que se esfolar as vezes, mesmo na sua idade.

Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. 
Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. 
Seja um pouco caseiro e um pouco da vida,  
não de boate que isto é coisa de gente triste. 
Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. 
Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai.  
Escolha um papel para você que ainda não 
tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.

Me enlouqueça uma vez por mês mas, me faça uma louca boa,  
uma louca que ache graça em tudo que rime com louca:  
loba, boba, rouca, boca ... 
Goste de música e de sexo. goste de um esporte não muito banal. 
Não invente de querer muitos filhos, me carregar pra a missa, 
apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... se calhar ... 
Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora.

Quero ver você nervoso, inquieto, olhe para outras mulheres, 
tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. 
Não me conte seus segredos ... me faça massagem nas costas. 
Não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. 
Me rapte!

Se nada disso funcionar ... experimente me amar !!! 


Martha Medeiros