segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"Ainda é mistério...

 Mas há quem diga que ela gosta mesmo é de tempo bom, estrelas incontáveis e céu aberto. Fala quase tudo que pensa, e pensa quase tudo o que diz. Ela é muito mais do que qualquer palavra não dita. Aprecia verdades, certezas e pé no chão. Mas adora inventar novas histórias, dessas quase inconfessáveis. Ela fantasia, sonha e fantasia mais. Vive no mundo daqui e de lá.

Há quem diga que a sua personalidade é forte, que a teimosia é a sua melhor amiga, e que tédio é palavra que não combina com seu dicionário. Dizem por aí que ela tem um perfume que não se traduz, um olhar que confunde e um jeito que não se define. Parece que tem dias que ela acorda e olha pra vida como um faz-de-conta, rir que nem criança e permite ser meio tola e meio boba, só para não ter que levar tudo tão a sério. Tem coisas que ela sente por completo, vive por completo, por todos os poros, por todos os lados, que tira o fôlego, que vira explosão. Segredo. E é disso mesmo que ela gosta.

Há quem diga que ela faz tempestade num copo d’água, que é inquieta, é desassossego, e dá trabalho. É tudo, é nada, é nem aí. Ela é também o desejo de ficar à toa, de boa. Mas numa boa, ela não é só o que se vê. Ela se renova, se reinventa, não perde a essência. Faz das quedas um ponto de recomeço. Tem um passo que não desiste e uma liberdade que ninguém aprisiona. Como borboleta, ganha asas. Voa leve e solta, colorida. Livremente, cheia de vida. Pousa e repousa naquilo que tem cheirinho bom de descanso. Naquilo que faz seu coração sorrir e pedir pra ficar. Inventa e aprende um novo jeito de olhar adiante. Mais uma vez e sempre. Suspira e acredita."



Karine Melo

Elaaa..


"Ela tem limites. Chega uma hora que ela simplesmente se resolve. Porque têm coisas que ela vai deixando, deixando, deixando pra lá, sem nem perceber, sem nem sentir. Quando menos se espera, acontece.
E chega um novo sonho, inteirinho, ao seu dispor. Com mais luz, mais cor, mais sabor. Com mais vontade. Aquele mais que faltava, aquele que está à altura do que ela merece. A tal felicidade. E mesmo sendo um pouco clichê, ela descobriu que é isso que importa. Nada mais.
Por isso, os dias não tem sido iguais, não dentro dela. Lá, tudo se modifica, se transforma, muda de lugar e direção. A vida revira as certezas. Balança as bases. Sacode, chacoalha.
Não, ela não tem mais aquele medo de tombar em certos sonhos. Ela não tem receios que algumas coisas andem por caminhos que não se esperavam. Bom mesmo é se descobrir, ser inteira. Grande. E ela é. Porque tem mundo que não a abriga, tem espaço que não a cabe, é pequeno demais. Ela é maior que isso. E foi assim que ela cresceu: acreditando. E por acreditar, ela perdeu o medo.
E vai esquecendo todo o resto. Resto que não tem valor, que perdeu o sentido, resto que não vale à pena. Resto que é resto. E só.
Ela é aprendiz, não se acomoda. Não se reduz. Ela é aquela mulher que, mesmo sendo um pouco menina, cresce. Se supera. Se constrói. Acorda."







Karine Mello

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Amor e Perseguição!!!


Temos a mania de achar que amor é algo que se busca. Buscamos o amor em bares, buscamos o amor na internet, buscamos o amor na parada de ônibus. Como num jogo de esconde-esconde, procuramos pelo amor que está oculto dentro das boates, nas salas de aula, nas platéias dos teatros. Ele certamente está por ali, você quase pode sentir o seu cheiro, precisa apenas descobri-lo e agarrá-lo o mais rápido possível, pois só o amor constrói, só o amor salva, só o amor traz felicidade.
Amor não é medicamento. Se você está deprimido, histérico ou ansioso demais, o amor não se aproximará,e, caso o faça vai frustrar suas expectativas, porque o amor quer ser recebido com saúde e leveza,ele não suporta a idéia de ser ingerido de quatro em quatro horas, como antibiótico para combater as bactérias da solidão e da falta de auto-estima. Você já ouviu muitas vezes alguém dizer: “Quando eu menos esperava, quando eu havia desistido de procurar, o amor apareceu”. Claro, o amor não é bobo, quer ser bem tratado, por isso escolhe as pessoas que, antes de tudo, tratam bem de si mesmas.
O amor, ao contrário do que se pensa, não tem que vir antes de tudo: antes de estabilizar a carreira profissional, antes de viajar pelo mundo, de curtir a vida. Ele não é uma garantia de que, a partir do seu surgimento, tudo o mais dará certo. Queremos o amor como pré-requisito para o sucesso nos outros setores, quando na verdade, o amor espera primeiro você ser feliz para só então surgir diante de você sem máscaras e sem fantasia. É esta a condição. É pegar ou largar. 
Para quem acha que isso é chantagem, arrisco sair em defesa do amor: ser feliz é uma exigência razoável e não é tarefa tão complicada. Felizes aqueles que aprendem a administrar seus conflitos, que aceitam suas oscilações de humor, que dão o melhor de si e não se autoflagelam por causa dos erros que cometem. Felicidade é serenidade. Não tem nada a ver com piscinas, carros e muito menos com príncipes encantados. O amor é o prêmio para quem relaxa.



M.M

Falhas...


Uma das coisas que fascinam na cidade de San Francisco é ela estar localizada sobra a falha de San Andréas, que é um desnível no terreno que provoca pequenos abalos sísmicos de vez em quando e grande terremotos de tempos em tempos. Você esta muy faceira caminhado pela cidade, apreciando a arquitetura vitoriana, a baía, a Golden Gate, e de uma hora para a outra pode perder o chão, ver tudo sair do lugar, ficar tontinho, tontinho. É pouco provável que vá acontecer justo quando você estiver lá, mas existe a possibilidade, e isso amedronta, mas ao mesmo tempo excita, vai dizer que não?
Assim são também as pessoas interessantes? Têm falhas. Pessoas perfeitas são como Viena, uma cidade linda, limpa, sem fraturas geológicas, onde tudo funciona e você quase morre de tédio.
Pessoas, como cidades, não precisam ser excessivamente bonitas. É fundamental que tenham sinais de expressão no rosto, um nariz com personalidade, um vinco na testa que as caracterize.
Pessoas, como cidades, precisam ser limpas, mas não a ponto de não possuírem maculas. É preciso suar na hora do cansaço, é preciso ter um cheiro próprio, uma camiseta velha pra dormir, um jeans quase transparente de tanto que foi usado, um batom que escapou dos lábios depois de um beijo, um rímel que borrou um pouquinho quando você chorou.
Pessoas, como cidades, têm que funcionar, mas não podem ser previsíveis. De vez em quando, sem não abusar muito da licença, devem ser insensatas, ligeiramente passionais, demonstrar um certo desatino, ir contra alguns prognósticos, cometer erros de julgamento e pedir desculpas depois, pedir desculpas sempre, pra poder ter credito e errar outra vez.
Pessoas, como cidades, devem dar vontade de visitar, devem satisfazer nossa necessidade de vier momentos sublimes, devem ser calorosas, ser generosa e abrir suas portas, devem nos fazer querer voltar, porem não devem nos deixar 100% seguros, nunca. Uma pequena dose de apreensão e cuidado devem provocar, nunca devem deixar os outros esquecerem que pessoas, assim como cidades, têm rachaduras internas, portanto, podem surpreender.
FALHAS. Agradeça as suas, que é o que humaniza você, e nos fascina.



Martha Medeiros

Porque sim!!!!



Todos os anos vc promete p/si mesmo: Vou parar de dar tanta explicação.
Chega.
É desumano ficar o tempo todo justificando minhas ações.
Não sou mais criança.
Porém, a despeito de sua boa vontade, entra ano, sai ano e vc continua tendo que responder à perguntinha infalível por trás de tdos os seus atos: Porque?
Porque vc raspou a cabeça?
Porque vc comprou um gato e não um cachorro?
As pessoas gostam de um papo.
Decretar mudez absoluta é falta de civilidade, portanto, não custa dar umas respostinhas rápidas e evitar que o mundo desabe a sua volta.
O problema é qdo vc faz essas perguntas p/si mesmo.
Porque eu larguei a terapia?
Porque eu comprei aquela camisa espalhafatosa?
Porque eu estou triste se tudo vai bem?
É um curto-circuito cerebral.
Estamos sempre nos questionando, sempre tentando entender o que há por trás das nossas ações.
Como seria se a gente, uma vez na vida, deixasse as coisas rolarem sem tantas justificativas?
Pense o seguinte: vc tem uma razão mto forte para trocar todos os móveis de lugar, para passar a tarde inteira deitada na cama pensando na vida, para interromper a dieta e cair de boca no seu doce preferido.
A razão inquestionável e inatacável é: Porque sim.
Vc passou o ano inteiro fazendo coisas "porque não".
Vc foi a festas barulhentas e lotadas porque não queria ficar em casa sozinho.
Vc abandonou a idéia de tirar um ano sabático e viajar para a Índia porque não queria preocupar seus pais.
Vc passou o ano sorridente, bem humorado e sensato porque não esperavam outra coisa de vc.
Pois agora é um bom momento para tomar umas atitudes sem o amparo da razão.
Porque?
Vc sabe porque.
Compre uma roupa vermelha, alugue uma moto por um dia, telefone para alguém e declare-se apaixonado, mergulhe na obra de Shakespeare, pegue um ônibus e desça na última parada, compre um disco de um cantor q nunca ouviu falar, comece a praticar ioga, doe metade dos seus livros, faça uma tatuagem.
Porque? Porque sim.



Martha Medeiros - versão 
“Não tente provocar em mim questionamentos que não trago no momento. Não estou vivendo perigosamente. Troque o perigosamente por intensamente, inconseqüentemente, apaixonadamente. Não há perigo. Perigoso é a gente se aprisionar no que nos ensinaram como certo e nunca mais se libertar, correndo o risco de não saber mais viver sem um manual de instruções…”

Martha Medeiros - Trecho de O Divã

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Rumo aoo Tri!!!




"CALMA!! CALMA!!" é o técnico Valdir Espinosa à beira do gramado tentando fazer o time acreditar que falta pouco para o Grêmio ser campeão mundial interclubes. O tom da voz entrega: nem ele parece acreditar no que vê.

"CALMA!! CALMA!!" o grito absurdo da voz rouca parece dizer o contrário. Alguém que não entendesse português (os japoneses no estádio de Tóquio, por exemplo) poderia jurar que o significado das palavras urradas era outro: "PÂNICO!!PÂNICO!!"

Renato, um gaúcho que sonhava ser carioca, faz dois gols: somos campeões batendo o Hamburgo da Alemanha com a alma castelhana misturada a habilidosos pistoleiros de aluguel. Uma mistura impossível de Hugo De Leon e Paulo Cesar Caju. Geograficamente entre o tango e o samba.
O ano é 1983 e a década inicia promissora. Os anos setenta foram cruéis para o imortal tricolor: no lado de lá se via Figueroa, Falcão, Carpegiani, um céu vermelho sobre o Rio Guaiba. Eu deveria negar até a morte, mas a verdade é que, nos primeiros grenais que assisti, o empate parecia um grande negócio. Nova década, a gangorra do futebol gaúcho parecia estar mudando de posição.

"CALMA!! CALMA, PORRA!! Talvez forma e conteúdo nunca tenham estado tão afastados. Assim como nada pode estar mais distante do ufanismo de um hino do que a dor de cotovelo de um samba-canção. E foi justamente Lupicínio Rodrigues quem prometeu "Até a pé nós iremos / para o que der e vier / pois o certo é que nós estaremos / com o Grêmio onde o Grêmio estiver"
Nosso hino sempre me pareceu mais a promessa de um amante fazendo a ronda nos bares do que o juramento de um guerreiro. Mas é como guerreiros praticantes de um futebol rugby que somos vistos pelo resto do Brasil.
Longe demais das capitais, nunca fomos importantes para a seleção brasileira. Ganhamos campeonatos nacionais e Libertadores da América sem ter jogadores convocados. Em 1970, no México, tínhamos Everaldo... reza a lenda que ele só foi titular por que alguém tremeu. Eu tinha 6 anos e fui ao aeroporto vê-lo chegar com a taça Jules Rimet. Para nós a seleção era ele mais dez.
Ser gremista significa qualquer coisa menos tédio... é gritar desesperadamente: CALMA!!... é comer o mingau quente pelas bordas e saber que, no bom churrasco, a melhor carne está perto do osso. Nosso time faz milagres, mas quase sempre prefere os caminhos mais tortuosos.
Jogar o gauchão no inverno não é nada parecido com futivôlei em Ipanema. Me lembro de um jogo à noite na serra gaúcha (Bento Gonçalves, Garibaldi, Caxias... não sei) disputado com neve caindo. Nossa camisa já é bonita contra o verde; sobre o branco, o azul-preto-branco ficou mais blues-samba-canção.
Torcer pelo imortal tricolor dos pampas é ter certeza de que nada é certo. É ir para a Segunda divisão pouco depois de ser campeão do mundo... é voltar a disputar o título mundial e engrossar um jogo tido como ganho pelo Ajax da Holanda... é ganhar uma copa do Brasil do Flamengo num maracanã lotado... é perder uma copa do Brasil para o Corínthians no Estádio Olímpico e cantar o hino com orgulho ao final do jogo...
Aqui na ponta do mapa a gente não sabe muito bem o que é ser gaúcho... ser gremista é parecido com isto. É chamar de Felipão quem os paulistas chamam Scolari... é começar o time com um bom zagueiro... o número 10 a gente vê depois.
No fim de um show que fizemos num Morumbi lotado, agradeci: "Valeu pessoal, foi um prazer tocar em frente à goleira onde Baltazar fez o golaço contra o São Paulo que nos deu o título brasileiro de 1981!" Recebi a maior e melhor vaia da minha vida.

Ser gremista é achar que dá.





Humberto Gessinger
Aproximadamente 22:00 horas… Milhões de brasileiros prostam-se diante de uma TV, seja de plasma ou 12 polegadas e aguardam ansiosas o tal espetáculo começar!!! O resto do mundo parece sumir, desaparecer… olhos vidrados, hipnotizados, alheios a todo e qualquer resto de existência humana. Inicia o tal do reality show, que aqui entre nós de realidade não tem nem o enunciado, o tal falado programa da rede de comunicação mais comprometida com a responsabilidade social em nosso país, não é mesmo?  Enquanto isso, fora dali, crianças morrem de fome e são vitimas de guerras que nós próprios causamos e depois somos hipócritas o suficiente para surpreender-nos com os resultados catastróficos. Milhares e milhares de mães choram a dor de perder seus filhos em combates causados pelo ódio, pela ganância e a vontade capitalista de cada vez ter mais. Pessoas são vitimas de atentados, passam todo tipo de necessidade, trabalham dia e noite por um salário miserável.. mas essas pessoas não importam... Na verdade, a intenção realmente é essa… manter a massa, o exercito passivo, calado submisso e alheio a todo e qualquer coisa que não seja os belos rostos e corpos seguindo a risca a cartilha do neoliberalismo, com todas as suas exigências: o individualismo, a competitividade, a necessidade de se destruir o outro para poder reinar absolutamente. Não interessa a eles que entendamos o que se passa atrás das câmeras… o mercado midiático atual quer, e consegue com maestria, nos manter cegos, atrás de uma viseira que se baseia nas propagandas, novelas e programas como este. A tal da responsabilidade social que coloca homo e transexuais dentro da tal casa, buscando com isso livrar-se da imagem de homofóbica e preconceituosa, coloca negros para expulsar o espectro de ser atacada como racista, e gordinhas para afirmar que não dá valor apenas ao modelo de beleza que tanto exalta e vangloria. Poupe-me Rede Globo… sua farsa da vida real nunca será capaz de retratar seres humanos verdadeiros, portanto concordo com a fala de Bial ao afirmar que trata-se de um “zoológico humano”, fico apenas com a parte que se refere ao zoológico, e convença-me do resto!!!


sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Calma... Vai passar!!!


Olhe, não fique assim não, vai passar. Eu sei que dói. É horrível. Eu sei que parece que você não vai agüentar, mas agüenta. Sei que parece que vai explodir, mas não explode. Sei que dá vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo porque dentro da gente, nesse momento, não é um bom lugar para se estar. (Fernando Pessoa escreveu, num momento parecido, "hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu")
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Dor é assim mesmo, arde, depois passa. Que bom. Aliás, a vida é assim: arde, depois passa. Que pena. A gente acha que não vai agüentar, mas agüenta: as dores da vida. Pense assim: agora tá insuportável, agora você queria abrir o zíper, sair do corpo, encarnar numa samambaia, virar um paralelepípedo ou qualquer coisa inanimada, anestesiada, silenciosa. Mas agora já passou. Agora já é dez segundos depois da frase passada. Sua dor já é dez segundos menor do que duas linhas atrás. Você acha que não, porque esperar a dor passar é como olhar um transatlântico no horizonte estando na praia. Ele parece parado, mas aí você desvia o olho, toma um picolé, lê uma revista, dá um pulo no mar e quando vai ver o barco já tá lá longe. A sua dor agora, essa fogueira na sua barriga, essa sensação de que pegaram sua traquéia e seu estômago e torceram como uma toalha molhada, isso tudo - é difícil de acreditar, eu sei - vai virar só uma memória, um pequeno ponto negro diluído num imenso mar de memórias. Levante-se daí, vá tomar um picolé, ler uma revista, dar um pulo no mar. Quando você for ver, passou.
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Agora não dá mesmo pra ser feliz. É impossível. Mas quem disse que a gente deve ser feliz sempre? Isso é bobagem. Como cantou Vinícius: "É melhor viver do que ser feliz". Porque pra viver de verdade a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder.
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Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, eu sei como dói. Mas passa.
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Tá vendo a felicidade ali na frente? Não, você não tá vendo, porque tem uma montanha de dor na frente. Continue andando. Você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir, porque você é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir e o unico jeito de deixá-la pra trás é continuar andando.
Você vai ser feliz.
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Tá vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto de agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que tô falando a verdade. Eu não minto. Vai passar.

(Antonio Prata)

11/02/2011 Aquilo que o tempo não apaga!



Desde criança ouço minha mãe me contar historias sobre o amor, essa palavra tão usada nos dias de hoje, a qual muitos nem tem idéia de seu significado e de sua magnitude. Nessas historias o amor sempre apareceu como um sentimento puro, capaz de dar razão à miserável e frágil existência humana. Eu cresci e conheci muitas formas de se amar. Mas um dia, ao entrar no msn, essa tão fabulosa rede de relacionamentos, e encontrar uma amiga desesperada, comecei a questionar a utilidade desse sentimento. Sua dor era inexplicável ao me contar que sua melhor amiga, Jéssica, havia sido assassinada depois de uma briga infantil e absurda. E o motivo da assassina: teria matado por AMOR.
Ora... claro, num país como o nosso em que a justiça só existe para punir os inocentes e onde as leis não passam de paginas amareladas da nossa Constituição, não é de se admirar que uma pessoa tire a vida de outra e possa alegar AMOR como motivo para isso. Aquelas facadas não tiraram apenas a vida de Jéssica... mas fizeram apagar o brilho dos olhos mais encantadores que Deus já colocou nesse mundo.. e tiraram de cada um que a amava um pouco do sentido de viver.
Não se tratava apenas de uma menina... mas sim do coração mais doce e puro, capaz de acolher qualquer um que precisasse, do sorriso mais lindo que já existiu abaixo dos céus, das palavras meigas, da verdade no olhar. 
Sua ausência tirou de cada um de nós a vontade de permanecer nesse mundo frio e cruel, matou em cada um de nossos corações um pouco da alegria de sonhar, de amar...
O tempo passa, e acaba fechando todas as feridas.. é o que costumamos ouvir por ai... mas já houve um sábio poeta que disse que “o tempo não cura tudo, ele apenas tira o incurável do centro das atenções”... pois é... a morte de Jéssica Lumi foi tão comentada enquanto rendeu audiência aos veículos de comunicação, enquanto o sensacionalismo barato de uma mídia que se corrompe via vantagem em falar disso... depois, acabou caindo no esquecimento...
... e o tal do tempo teria como obrigação faze passar a dor... mas pense na dor de uma mãe ao ter de recolher do chão o corpo sem vida de uma filha de 17 anos, se coloque no seu lugar ao ter que acariciar e beijar sob lagrimas o rosto mais perfeito desse mudo, que parecia feito a pincel, agora sem calor, sem emoção... pense, e me responda: é possível falar em esquecimento? Muito improvável.. na verdade.. cada um buscou seguir sua vida, viver os dias insuportáveis que se seguiram a sua perda, mas no coração de cada um existirá aquele eterno vazio, que nada preencherá... a falta do abraço, do carinho, da ternura que só ela era capaz de dar!!!
Hoje sei o que é amor.. amor é esse sentimento de todas as pessoas que conviveram com Jéssica e que são capazes de fazer com que outras a amem apenas pela forma que falam dela e pela emoção que transmitem ao falar da alegria que ela transbordava...
Ninguém mata por amor... muito menos fica livre para continuar uma vida feliz e normal, andando nas ruas como se nada tivesse acontecido...
O amor foi feito para fazer os corações palpitarem, acelerarem... mas em hipótese alguma para servir de argumento a alguém que faz um coração parar de bater... 
Nesse ano, em seu aniversario não poderemos ver seus lindos olhos sorrindo ao completar os tão esperados 18 anos... não teremos seu brilho, sua graça e sua beleza dando magia ao carnaval, no posto de rainha, que será seu para sempre...
Mas que sintamos o vento, sintamos o sol, ou a chuva, sintamos o orvalho da manhã... o brilho da lua que vai coroar nossas noites, e as estrelas que iluminarão nosso céu, porque essa vai ser a forma dela nos mostrar que esteja onde estiver seu brilho jamais se apagará... E que a justiça seja feita... porque nada trará de volta a vida de Jéssica, mas a lei do merecimento se encarrega sempre de nos devolver tudo aquilo que fizemos!!!








Eterna Jéssica Lumi!!! 

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Parei pra pensar um pouco hoje sobre o preconceito, e decidi que estava na hora de fazer um post aqui sobre esse tema!!!
Na verdade nunca entendi direito esse lance de se recriminar, discriminar ou excluir pessoas apenas pelo fato delas serem diferentes do que se acostumou a considerar “normal”. Alguém aí sabe me dizer o que é “normal” mesmo??? Claro os conservadores, religiosos, com uma mente ultrapassada logo viriam me responder que o normal é o certo, o que “Deus” definiu como bom e válido, e que o resto é sujo, absurdo e, sem esquecer, pecado. Incluída nessa lista de coisas “normais” temos a cor da pele, que deve ser branca, a opção sexual, que deve ser a hetero, as condições físicas e psíquicas que devem ser perfeitas, ahh e sim, os homens são muito superiores que as mulheres, então mandam e elas obedecem. Hum.. muito boa essa resposta emm... ta, mas agora me diz aí, quem foi que definiu tudo isso como “certo” e “normal”?? O Papa, o presidente, o vigário, pastor, rabino, Hitler, Madona??
O preconceito é na verdade a maior ignorância que alguém já inventou nesse mundo... sinceramente, avaliar uma pessoa por conceitos que se estabelecem antes mesmo de conhecê-la é uma hipocrisia imensurável, porque na maioria das vezes acabamos por estereotipá-la, defini-la e não nos permitimos conhece-la realmente, e quem sabe descobrir uma pessoa fascinante que poderia mudar nossa vida. Não estou aqui dizendo que todas as pessoas que compõem as minorias valem a pena, mas sim que devemos dar a todas a possibilidade de chegar até nós, de tocar nosso coração e de conquistar nossa admiração. Ao julgar uma pessoa pela aparência, corremos sempre o risco de errar, e de perder as coisas que mais importam em nossa vida. Ao conversar com uma amiga certa vez, ela comentava que havia comprado um refrigerante, mas que ele estava quente... fato insignificante não é?? Sim mas me permitiu uma reflexão. Ao questioná-la do porque não tinha escolhido um outro refrigerante, ela me respondeu que ao avaliar a garrafa tinha tido a impressão de que estava gelada. Conosco acontece o mesmo... avaliamos a embalagem sem pensar em seu conteúdo, e na maioria das vezes acabamos ficando com o “refrigerante” quente, que acabará por dar a pior das dores de barriga.
Passe a conhecer cada ser humano, antes de pensar que ele não lhe serve, que ele não é digno de fazer parte de sua vida. E lembre-se que esses seus preconceitos não são seus... são de ignorantes que vieram antes de ti e que por algum motivo não gostaram de gays, negros, mulheres, pessoas com deficiência e afins... e você meu caro idiota, massa inútil sem reflexão,  permaneceu apenas seguindo esses padrões sem nem ao menos se questionar do porquê faz isso. 

um pouco de sentimento...


O tempo passou e você não veio. E eu nunca disse que eu sentaria e esperaria por você. Talvez, se eu tivesse dito, você até teria vindo.
E eu nunca disse que com você foi diferente. Talvez, se eu tivesse dito, você até teria vindo.
E eu nunca disse que eu te amava, mas também nunca disse que eu não te amava. Talvez, se eu tivesse dito, você até teria vindo.
E eu nunca disse que por você eu era capaz de tudo, de deixar meio mundo e seguir ao teu lado. Talvez, se eu tivesse dito, você até teria vindo.
Porque, pensando bem, você também nunca disse nada que me acalmasse, me confortasse ou me desse um fio de esperança qualquer. Talvez, se você tivesse dito, eu até teria ido, talvez...
Por tudo que se calou, por este que te amou, talvez eu tenha até dito, tudo isso e muito mais, e você é que nunca tenha me ouvido. Bobagem tentar mudar. Agora, é seguir em frente e sonhar, com quem queira escutar. Quando o amor responde em ecos, é melhor deixar de amar!


Encontrada em algum blog....sem autoria!!!