sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

11/02/2011 Aquilo que o tempo não apaga!



Desde criança ouço minha mãe me contar historias sobre o amor, essa palavra tão usada nos dias de hoje, a qual muitos nem tem idéia de seu significado e de sua magnitude. Nessas historias o amor sempre apareceu como um sentimento puro, capaz de dar razão à miserável e frágil existência humana. Eu cresci e conheci muitas formas de se amar. Mas um dia, ao entrar no msn, essa tão fabulosa rede de relacionamentos, e encontrar uma amiga desesperada, comecei a questionar a utilidade desse sentimento. Sua dor era inexplicável ao me contar que sua melhor amiga, Jéssica, havia sido assassinada depois de uma briga infantil e absurda. E o motivo da assassina: teria matado por AMOR.
Ora... claro, num país como o nosso em que a justiça só existe para punir os inocentes e onde as leis não passam de paginas amareladas da nossa Constituição, não é de se admirar que uma pessoa tire a vida de outra e possa alegar AMOR como motivo para isso. Aquelas facadas não tiraram apenas a vida de Jéssica... mas fizeram apagar o brilho dos olhos mais encantadores que Deus já colocou nesse mundo.. e tiraram de cada um que a amava um pouco do sentido de viver.
Não se tratava apenas de uma menina... mas sim do coração mais doce e puro, capaz de acolher qualquer um que precisasse, do sorriso mais lindo que já existiu abaixo dos céus, das palavras meigas, da verdade no olhar. 
Sua ausência tirou de cada um de nós a vontade de permanecer nesse mundo frio e cruel, matou em cada um de nossos corações um pouco da alegria de sonhar, de amar...
O tempo passa, e acaba fechando todas as feridas.. é o que costumamos ouvir por ai... mas já houve um sábio poeta que disse que “o tempo não cura tudo, ele apenas tira o incurável do centro das atenções”... pois é... a morte de Jéssica Lumi foi tão comentada enquanto rendeu audiência aos veículos de comunicação, enquanto o sensacionalismo barato de uma mídia que se corrompe via vantagem em falar disso... depois, acabou caindo no esquecimento...
... e o tal do tempo teria como obrigação faze passar a dor... mas pense na dor de uma mãe ao ter de recolher do chão o corpo sem vida de uma filha de 17 anos, se coloque no seu lugar ao ter que acariciar e beijar sob lagrimas o rosto mais perfeito desse mudo, que parecia feito a pincel, agora sem calor, sem emoção... pense, e me responda: é possível falar em esquecimento? Muito improvável.. na verdade.. cada um buscou seguir sua vida, viver os dias insuportáveis que se seguiram a sua perda, mas no coração de cada um existirá aquele eterno vazio, que nada preencherá... a falta do abraço, do carinho, da ternura que só ela era capaz de dar!!!
Hoje sei o que é amor.. amor é esse sentimento de todas as pessoas que conviveram com Jéssica e que são capazes de fazer com que outras a amem apenas pela forma que falam dela e pela emoção que transmitem ao falar da alegria que ela transbordava...
Ninguém mata por amor... muito menos fica livre para continuar uma vida feliz e normal, andando nas ruas como se nada tivesse acontecido...
O amor foi feito para fazer os corações palpitarem, acelerarem... mas em hipótese alguma para servir de argumento a alguém que faz um coração parar de bater... 
Nesse ano, em seu aniversario não poderemos ver seus lindos olhos sorrindo ao completar os tão esperados 18 anos... não teremos seu brilho, sua graça e sua beleza dando magia ao carnaval, no posto de rainha, que será seu para sempre...
Mas que sintamos o vento, sintamos o sol, ou a chuva, sintamos o orvalho da manhã... o brilho da lua que vai coroar nossas noites, e as estrelas que iluminarão nosso céu, porque essa vai ser a forma dela nos mostrar que esteja onde estiver seu brilho jamais se apagará... E que a justiça seja feita... porque nada trará de volta a vida de Jéssica, mas a lei do merecimento se encarrega sempre de nos devolver tudo aquilo que fizemos!!!








Eterna Jéssica Lumi!!! 

Um comentário:

  1. como? se faz parte da minha vida...... OBRIGADA Patricia Vedana, vc é especial no meu coraçao, o texto sem explicaçao, PARABENS, e obrigada, é tudo que posso lhe dizer.Rasane Marcia Mettler

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