quarta-feira, 30 de março de 2011

nem tente entender...


Por que quanto mais a vida insiste em dizer que não é possível.. mais eu teimo em provar que o que falta é só um pouquinho mais de intenção, um boom bocado de vontade, e um grande investimento de amor naquilo que se pretende fazer. Na verdade eu não sou perfeita, cometo erros, alguns quase imperdoáveis... mas imperdoáveis por mim mesma, porque acredite, sou a maior critica de tudo aquilo que faço, ninguém cobra mais de mim do que minha própria consciência.. Machuco as pessoas sem nem perceber as vezes, mas esse é o preço a pagar por escolher o caminho mais difícil: tocar o coração das pessoas... ter a ousadia de tentar cativar, conquistar, fascinar.. mesmo que existam pessoas que simplesmente não se permitam, não se disponham...seria muito mais fácil viver alheia ao mundo, alheio aos sentimentos dos outros.. e confesso que na maioria das vezes eu preferia mesmo é ser dura, fria, impenetrável... porque quanto mais se tenta ajudar, mais somos cobrados, mais somos mal compreendidos e mais nos decepcionamos com a raça humana... mas a vida é isso mesmo, é tentar encontrar em algum lugar uma força que seja capaz de nos motivar a seguir, identificar no sorriso de um amigo a certeza de que vale a pena acreditar nas pessoas, confiar que o mundo ainda pode ser bom... e ter a certeza que se somos sinceros o universo mesmo se encarrega de nos trazer de volta todo o bem (ou mal) que fizemos, e numa intensidade ainda maior!!!  Sei que permanecerei assim, por que me transformar não é algo que você ou qualquer um nesse mundo será capaz... afinal as minhas verdadeiras mudanças partem de dentro de mim... um terreno ainda muito pouco explorado, uma região que só os puros de alma e coração tem condições de atingir, e mais raros ainda os que conseguem entender!!! Você não entenderia porque eu choro quando preciso sorrir, ou sorrio quando a minha única vontade é chorar...  mas tenha calma meu bem... se estiver disposto, confie em mim, me dê sua mão e siga comigo.. me comprometo com uma viagem fascinante... muito embora não tenha a mínima idéia de onde ela dará..

terça-feira, 22 de março de 2011

e nada acontece por acaso...




Não passam as dores, também não passam as alegrias. Tudo o que nos fez feliz ou infeliz serve pra montar o quebra-cabeça da nossa vida, um quebra-cabeça de cem mil peças. Aquela noite que você não conseguiu parar de chorar, aquele dia que você ficou caminhando sem saber para onde ir, aquele beijo cinematográfico que você recebeu, aquela visita surpresa que ele lhe fez, o parto do seu filho, a bronca do seu pai, a demissão injusta, o acidente que lhe deixou cicatrizes, tudo isso vai, aos pouquinhos, formando quem você é. Não há nenhuma peça que não se encaixe. Todas são aproveitáveis. Como são muitas, você pode esquecer de algumas, e a isso chamamos de "passou". Não passou. Está lá dentro, meio perdida, mas quando você menos esperar, ela será necessária para você completar o jogo e se enxergar por inteiro.

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar teus olhos que são doces Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto. No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado. Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado. Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada. Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite. Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa. Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço. E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado. Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos. Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir. E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas. Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz perenizada...

domingo, 6 de março de 2011

olho pela janela...



Desde pequena tenho mania de perder meu olhar pela janela de meu quarto e estacioná-lo no infinito... Fiz isso nas manhas da minha infância, quando nada mais tinha a pensar do que num mundo que para mim era um imenso bolo de chocolate em que eu soh precisava brincar, lambuzar, sujar e ser feliz...Fiz isso nas tarde de chuva, olhando cada gota... que trazia consigo tanto significado, mas que eu ainda era ingênua demais para entender!! Fiz isso nas noites de minha adolescência, ao chorar por amores que pareciam eternos.. eh.. não foram... Fato é que ao olhar pela janela, percebi que as paisagens mudam, os dias passam, e a gente mesmo se transforma ... a ação de olhar pela janela é a mesmaa... mas o motivo que me leva até ela nunca é... meu olhar também traz consigo um novo interesse, uma nova lagrima... e uma nova emoção... posso crescer, amadurecer e me tornar uma menina grande... mas ainda é o horizonte daquela janela que abriga minhas angustias, silencia meus soluços, acolhe minhas lagrimas e acalma meu coração... quem me dera voltar aquele tempo em que os joelhos machucados eram curados com beijos de mãe... e que eu não sabia o que era um coração partido... onde os problemas eram resolvidos com coca-cola e salgadinho, onde se chorava por tombos e arranhões... onde o mal só existia nas historias em que no fim o bem sempre vencia... mas a gente cresce... o destino cobra.. a vida faz a gente mudar... que Deus me permita ao menos ter sempre uma janela, aberta para o nada, ou o tudo... para que o infinito possa entrar em minha alma e me tornar parte dele, me tornar plena... plena de mim, imperfeita que sou!!!


sexta-feira, 4 de março de 2011

mas é preciso deixar ir!!!



Mais doído que arranhão no joelho é corte na alma (ou no coração).
Há aqueles mais superficiais, onde as circustâncias pelas quais foram provocados nem importam tanto, tornando-os possíveis de cicatrizar em tão pouco tempo que caem logo em esquecimento.
Outro tipo de corte é aquele que vai um pouco mais fundo… Uma palavra dita num tom não muito agradável, uma amizade que não foi tão sincera, um amor não correspondido.  A dor dura um pouco mais, podendo ser de um dia, um mês ou até um ano. A pessoa ferida pode esquecer horas e lembrar outras, o estrago provocado pode arrancar algumas lágrimas e uns “eu nunca mais farei isso” (ou coisas do tipo), mas um dia cicatriza. Também cai em esquecimento.
Há ainda outra espécie de corte – e já digo de antemão que é o pior de todos eles – que chega da forma mais inesperada possível; seja por carta, email, telefone, ou ainda, no pior dos casos, por palavras e gestos mal ditos ou não ditos. Esse tipo de dor é daquelas que nunca será dividida com ninguém (nem mesmo com o causador), daquelas que é guardada dentro da alma e o sofrimento é prolongado, podendo durar uma vida toda. É algo que não sai do pensamento, que persegue tudo que é feito, pensado, dito; e dói tanto, ao ponto de ser uma dor além do que se é possível sentir. Vem quando se dorme ou está acordado, na hora do almoço ou no lanche da madrugada.  E a pessoa ferida dirá mil vezes que já passou, que já esqueceu, que não foi nada. Mas só ela saberá o quanto doeu ter vivido aquilo, o quanto seu coração ficou dez vezes mais frágil com aquele corte, o quanto queria poder simplesmente esquecer. Mas não esquece nunca. Porque há coisas que servem de lição, mas outras apenas nos perseguem a vida toda trazendo as lembranças mais tristes e o medo de seguir em frente.

Markus Zusak

aceitar...


Vida marejada, nó apertado na garganta das coisas, chega finalmente o momento em que desejamos apenas o sossego que costuma vir com a aceitação. Coragem, às vezes, é desapego. É parar de se esticar, em vão, para trazer a linha de volta. É permitir que voe sem que nos leve junto. É aceitar que a esperança há muito se desprendeu do sonho. É aceitar doer inteiro até florir de novo. É abençoar o amor, aquele lá, que a gente não alcança mais.

Caio Fernando Abreu 

sonhar..




“Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa.  [...] E se ela se afogar, se recupera. [...] E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça – que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca – levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário…por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.

Caio Fernando Abreu