No mundo de desigualdade, toda violação de direitos é violência
Vivemos em uma sociedade marcada pela desigualdade social e por diferentes formas de opressão, como o racismo, o machismo e a homofobia. Deparamo-nos cotidianamente com múltiplas expressões da violência, que atingem um público muito diverso - mulheres, homens, estudantes, pessoas idosas, crianças e adolescentes, pessoas com deficiência, população Lésbica, Gay, Bissexuais, Travestis e Transgêneros (LGBT), negra e em situação de rua, dentre outros. Pessoas que representam a maioria no país e que vêm sendo impedidas de terem uma vida justa e digna.
Para se ter apenas um exemplo, segundo informações do Mapa da Violência (Instituto Sangari, 2011), as taxas que em 1980 chegavam a 30 homicídios a cada 100 mil jovens, na década atual superam os 50 homicídios em 100 mil. Trabalhadores e trabalhadoras rurais também são constantemente alvo da violência. Segundo o relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) "Conflitos no campo Brasil 2011", sobressai o crescimento do número de pessoas ameaçadas de morte. De 125, em 2010, saltaram para 347, em 2011, 177,6%. O Grupo Gay da Bahia (GGB), no Relatório Anual de Assassinatos de Homossexuais de 2011, relata que foram documentados 266 assassinatos de gays, travestis e lésbicas no Brasil naquele ano. Com este trágico cenário, o Brasil confirma sua posição de primeiro lugar no ranking mundial de assassinatos motivados por homofobia, lesbofobia, transfobia, concentrando 44% do total de execuções de todo o mundo.
Nesse sentido, o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Serviço Social (CFESS-CRESS), entidades que regulamentam o trabalho de assistentes sociais no país e que, para além de suas atribuições, contidas na Lei 8.662/1993, vêm promovendo ações políticas para a construção de um projeto de sociedade radicalmente democrático, anticapitalista e em defesa dos interesses da classe trabalhadora, lançam a Campanha de Gestão do Conjunto CFESS-CRESS 2011-2014, intitulada "No mundo de desigualdade, toda violação de direitos é violência".
Sabemos que o atendimento às necessidades humanas não ocorre no sistema capitalista; é por isto que não nos rendemos às perspectivas fatalistas que se conformam com a ideia de que não existe alternativa à mundialização capitalista. Permanecemos acreditando que a história é uma arena fértil, aberta de possibilidades, e dessa forma seguimos lutando pela emancipação humana.
A campanha tem como objetivos primordiais:
- Sensibilizar a sociedade em geral para o debate em torno da desigualdade social e da violência e negação de direitos, abordando as consequências da violência para as diversas populações e difundir os canais de denúncia contra as violações de direitos;
- contribuir para criação e disseminação de linguagens e ações de combate às múltiplas expressões da violência como negação de direitos entre a categoria de assistentes sociais, para que possam discutir e divulgar uma cultura política de defesa dos direitos humanos numa perspectiva anticapitalista;
- estimular a realização de debates públicos sobre as consequências da violência para vida de mulheres, negros/as, LGBT, de crianças e adolescentes, pessoas idosas, pessoas com deficiência, pessoas em situação de rua, população indígena, dentre outros.
Este é o nosso chamado à luta em defesa dos direitos humanos, em defesa da igualdade real na vida cotidiana, da liberdade, da justiça e da diversidade humana.
Saiba mais em http://www.semmovimentonaohaliberdade.com.br/
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