quarta-feira, 27 de março de 2013



Tenho completa aversão à matemática... não gosto de fórmulas, receitas, de exatidão. Odeio que a vida seja um 2+2=4. Por que não pode ser 5? Ou 3? Ou um bilhão? 
Detesto ter de seguir uma receita: tanto disso, mais um tanto daquilo e um pouquinho daquele outro. Por que não posso colocar mais do que eu quiser? ... 
Percebem? Para mim tudo precisa ser passível de ser rebatido com o clássico: Por quê???
Calma, não estou afim de revolucionar as ciências exatas, nem mesmo instaurar a dúvida no que não se deve discutir. 2+2=4, pronto, simples, exato. Na matemática. Não na vida. Na vida não é assim. Não pode ser. Afinal vivemos em constantes situações em que fórmula alguma pode ser aplicada para alcançarmos um resultado correto ou ao menos coerente. Não tem como seguir o tal do Bháskara e calcular todos os problemas  como se a solução fosse igual a -b+/- raíz quadrada de b² -4ac/2a. E Amém que é assim. Porque só desse jeito somos obrigados a encontrar outras formas de solucionar a questão... damos nosso jeitinho, encontramos outro caminho... 
Para a vida não existe receita como a do bolo de milho da minha mãe. A gente pega todos os ingredientes que estão na dispensa, joga num recipiente, mistura com todo o amor e a esperança possíveis, e espera, com todas as forças que dê certo, que cresça, que tenha o gosto dos nossos sonhos.
A gente faz o que dá, e o que não dá também. Tenta daqui, insiste de lá, aposta todas as fichas... Não tem como seguir o que já está pré-estabelecido. Até porque se fizermos assim, chegaremos até onde os outros já chegaram. Mas a gente sempre quer mais, quer o novo, o inalcançado, o intocado. Quer campos novos, fórmulas novas e inexatas... quer jogar tudo na panela, nem que no fim exploda e nosso trabalho vá pelos ares.
Somente os fracos aceitam o que está estabelecido. Os grandes matemáticos são os que acham jeitos de contrariar as fórmulas. Os maiores mestres na cozinha são os que misturam o inimaginável e criam pratos incríveis. 
E tem nós, que nos tornamos infinitos a partir de cada murro que derrubamos em nosso cotidiano. De cada pedacinho de nós que deixamos no outro. E de cada parâmetro que quebramos a partir da velha e boa pergunta: Por quê?

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