sexta-feira, 8 de junho de 2012

Sobre meu aqui e meu agora


Passei um tempo debruçada sobre mim mesma nos últimos dias... considerei importante olhar pra trás, revirar algumas gavetas, desarrumar armários, e no meio de tantas curvas do meu passado, recuperar o que de mais valioso ficou, os aprendizados que permaneceram, as emoções que me preencheram e as feridas causadoras das cicatrizes que tenho hoje em minha alma, as quais cuido tanto, porque são importantes pra mim.
Encontrei escondidos em algumas prateleiras empoeiradas amigos de minha infância e adolescência, tão especiais, que foram tão importantes, mas que por vontade própria ou não, passaram a ser ausência, e falta, e saudade. No meio de tantas cartas e versos, reencontrei sentimentos, revivi momentos, desenterrei segredos e sorri ao ver que tudo permanecia ali, em minha memória... mas foi um sorriso triste, porque a nostalgia não me faz poder ter de volta tudo isso... 
Percebo assim, que a garota que sou hoje nada mais é do que a soma de todos esses pequenos detalhes de meu passado.. das lágrimas, dos sorrisos, das dúvidas superadas e outras nem tanto, das decepções, das lutas, vitórias e quedas... dos passos de dança, das músicas que ouvia, dos versos que escrevia, da petulância e insolência... da mais pura insubordinação, da indignação constante, do nervosismo patético, do cuidado com o outro, do ombro sempre disposto, do colo sempre pronto... 
Proponho mudanças a mim mesma, metas que preciso cumprir pra que eu sofra menos com coisas insignificantes, pra que seja eu por mim, e não pelos outros (desculpem o assassinato da gramática)... acontece que não se muda, não se altera assim... porque tudo foi construção, foi processo... foram noites de choro e manhãs de ressaca que formaram tamanha personalidade... e sendo assim decido pela ousadia de permanecer sendo a mesma.. essa tão cheia de erros, totalmente as avessas, impossível de se conhecer e com uma alma que precisa ser muito estudada para ser compreendida... não que eu goste de ser complicada... mas prefiro o complexo ao fútil e linear... sou muitas, sou todas, sou (simples)mente eu.

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