quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Vazio...


Lutei muito pra continuar sendo aquele buraco negro, que tudo absorvia.. uma pessoa que se preenchia, se completava, se tornava plena... tudo me encantava, me motivava. Ainda havia algo que me deixava ansiosa.. esperando, querendo, tentando. Mas, nem sempre é como Humberto Gessinger acreditou  "deve haver alguma coisa que ainda te emocione." Nem sempre há. Sei lá... eu tento, olho pra dentro de mim, me reviro do avesso, mas não consigo visualizar nada além de um imenso vazio... é como se eu tivesse me tornado um deserto, tomado de uma areia fina que quando jogada ao vento se torna nada, some, desaparece, desintegra-se no ar... é tudo movediço. Há tempos o encanto está ausente...e há ferrugem no sorriso... Ah Renato, ele entenderia... que as vezes a gente se perde no caminho, se abandona numa das curvas, desiste de ser quem se é... ser completo demais é perigoso, corre-se o risco de transbordar, de deixar nossa essência se espalhar pelo universo todo e nunca mais voltar a ser o que já foi... mas o vazio, ah esse dói mais ainda, porque ele é tão inútil, tão inseguro, tão desnecessário... mas ele também preenche, de um vácuo inóspito e insalubre, cheira a mofo, fruto do abandono, da negligência que fazemos com nossa alma, nosso coração cansado e ferido... É cruel por si só, pois ao desistirmos da gente, desistimos de todo o resto que um dia compôs os sonhos de nossa existência. 

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