quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O tempo



O dias passam no vai e vem dos carros, no corre-corre das pessoas nas ruas, nos pássaros que a cada estação procuram um novo lar, nas milhares de luzes que piscam nos finais de ano, nas noites frias de inverno, ou nas abafadas tardes do verão, na beleza das flores na primavera, ou no encanto das folhas acumuladas no chão que presenciamos no outono... e assim permanece...passam-se as semanas, os meses, as estações, os anos… Passam, e a medida que se vão acabam formando nossa trajetória, criando nossas história.. moldando nossos sonhos, nossas esperanças... marcando na alma as decepções e tristezas que ficam como cicatriz, para que percebamos que nosso passado é real..
Tudo passa... e a gente mesmo não percebe que o tempo nada mais é do que uma construção ... sim.. algo que nós mesmos definimos, delimitamos e que independe muitas vezes de nossa vontade...
Você já parou pra reparar como o tempo costuma passar mais rápido quando você está fazendo algo que gosta? E que quando está imerso em uma atividade entediante os minutos teimam em arrastar-se no relógio?
Aquele que decidiu organizar o tempo nos relógios, nos calendários, nos dias e meses pré definidos não fez isso a toa.. seu propósito era estabelecer ciclos, definir inicios e términos.. e conseguiu isso com maestria... Afinal é visível perceber que em finais de ano a humanidade é envolta em uma magia quase que surreal, no encanto de que um novo ano se aproxima, cheio de novos sonhos e novas possibilidades... O tempo permanece o mesmo... ele não muda.. o que realmente se transforma é a maneira como o encaramos..
Ouvir frase do tipo “os anos tem passado rápido demais nos últimos tempos” tornou-se algo habitual... mas receio que na verdade não é a passagem dos dias que se precipitou.. e sim a forma como nós mesmos usamos o tempo...
A sociedade em que vivemos insiste em fazer com que vivamos correndo contra o relógio.. são raros os que conseguem parar para perceber a beleza do desabrochar de uma flor, a explosão de cores de um pôr-do-sol, o brilho das noites de lua cheia... não observamos a paz que certos sorrisos nos trazem, a grandeza de gestos simples, a pureza de verdadeiras amizades, e a importância dos sentimentos sinceros... não compreendemos quão sublime é estar vivo.. não sonhamos, não buscamos, não esperamos nada... e consequentemente... não vivemos!!!
Permanecemos petrificados, estáticos numa condição passiva e alheia ao mundo.. não nos tornamos protagonistas de nosso próprio destino, e sim, meros expectadores de nossa própria vida, de nossa própria historia.

Pra minha Negra!!!

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