quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

CONEB e Bienal da UNE - breve avaliação

          
 É frequente em nossa atual condiçao humana, ouvirmos por aí comentários acerca da situação do jovem na sociedade. Num mundo cada vez mais “globalizado”, na era onde tudo é “fast”, a comida é “fast”, o sexo é “fast”, o sentimento e as relações são extremamente “fast”, num tempo em que a mídia dita as regras e todos seguem iguais cordeirinhos, e na sociedade dos armários cheios e das cabeças vazias, é cada vez mais corriqueiro ouvirmos que a juventude está absolutamente perdida num eterno Woodstock, movida por drogas, sexo, imoralidade (resta saber o que é mesmo moral), sem sonhos ou intenções de assumir responsabilidades e de construir algo novo. Claro que não tenho como deixar de concordar que uma parcela de nossos jovens realmente ainda não tirou a viseira e permanece envolto pelas propagandas de cerveja e sapatos, enquanto nem percebe a vida passar do lado de fora da tela do computador.
 Mas, o que vi durante o 13 CONEB e a 7 Bienal da UNE, me fez manter acesa a chama da esperança na construção da sociedade que tanto sonho. Pleno verão, na cidade maravilhosa do Rio de Janeiro, sol e calor absurdos (que o diga o alojamento), tudo propicio para uma boa praia, boteco, amigos, roda de violão, pernas pro ar... Sim, mas não foi isso que aconteceu. Muito pelo contrario. Jovens de todos os cantos do país abarrotaram-se em salas de debates, para discutir e traçar metas para um movimento estudantil forte, unificado e que possa realmente fazer a diferença. Um exemplo disso, foi o espaço “O abre alas que as mulheres vão passar”, em que definitivamente lotamos a sala e fizemos daquele momento uma oportunidade de realmente efetivar nosso espaço dentro do movimento estudantil e muito mais, dentro das pautas e bandeiras de lutas nacionais por um movimento feminista efetivo e que debata questões de gênero de forma plena e consciente.
Me revolta ouvir que a juventude não tem mais sonhos.  A juventude que é a única capaz de sair nas ruas e enfrentar toda uma sociedade para gritar por sua liberdade e direito de expressão. A juventude que durante tantos momentos da historia foi protagonista das maiores vitórias sociais. A juventude que é capaz de lidar com o diferente, que se livra de preconceitos, que luta por igualdade e justiça. A juventude capaz de desafiar qualquer coisa pela efetivação dos direitos de todos, e não apenas os seus. A juventude capaz de viver ou morrer por um ideal. Nos consideram loucos desvairados, porque ouvimos rap ou rock’n’roll, porque alguns de nós fumam ou bebem, porque outros são homossexuais, porque somos livres para dizer e fazer aquilo que temos vontade, isso significa imoralidade??? Somos imorais então. É essa a juventude alheia e que deixou de sonhar? Se for, mostrem-me portanto um lugar no mundo em que os adultos e sensatos homens foram capazes de revolucionar o imposto sem um pouco de ousadia ou até mesmo porque não dizer loucura. 


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